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Mang segue trazendo o seu ecleticismo para dentro do rock

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No primeiro EP, “De frente pro mar, de costas pra serra”, um dos melhores lançamentos de 2023 segundo o Rifferama, a Mang, de Florianópolis, trouxe referências da música brasileira e regional com uma roupagem roqueira. A diversidade de estilos e também temática segue sendo o norte de Lucas Thys (voz e guitarra), Pedro Germer (guitarra), Tomás Marchioro (baixo) e Gustavo Grillo (bateria e voz), como reafirma “Duras penas”, divulgada na última terça-feira (14) nas plataformas digitais. A faixa, gravada de forma analógica — em fita rolo — no estúdio 186 por Misael Pacheco, apresenta uma canção que aponta para outro direcionamento, mais enérgico, com pitadas de samba e reggae, e se distancia do discurso social e geográfico do trabalho anterior, trazendo uma abordagem irônica contra o conformismo. “Duras penas”, que já fazia parte do repertório dos shows da banda, estará no álbum de estreia “Os loucos anos 20”.

O último single “Venha como onda”, que saiu em fevereiro com videoclipe, já apontava para o ecleticismo musical e lírico que seria a tônica do grupo, fazendo uma metáfora para a saúde mental com elementos naturais. “Os loucos anos 20” busca reafirmar essa identidade de unir uma série de influências dentro do rock e da música brasileira combinada com a visão de mundo no momento presente. “Duras penas”, pela forma que foi gravada, também aproxima o som com o que é feito nos palcos. “Na fita não há espaço para erro, o que é muito interessante. Te força, como músico, a dar o melhor de si para o take valer. O que foi gravado está na faixa, o que dá uma sensação de como tocamos ao vivo”, afirmou o guitarrista Pedro Germer. Em contato com o Rifferama, o cantor e compositor Pedro Thys falou sobre o processo de produção do novo single e a reflexão proposta pelo disco, que terá dez faixas, mas ainda não tem data para ser lançado.

— Os outros processos antigos também foram meio assim, gravando com pouquíssimos overdubs, mas não tinha sido feito na fita. Antes a mesa era analógica, mas no fim ainda passava pelo digital. Dessa vez foi todo pela fita. Desde o EP o nosso som era muito como o ao vivo, sempre tivemos essa pegada, não mudou tanto. “Duras penas” é uma música que já explora outros lados em termos de sonoridade e tema, uma transformação. A gente teve esse período do EP, era muito geográfico, com elementos da natureza, serra, mar, tempestade. O álbum vem numa pegada mais intimista, falando tanto do político e social quanto de vida, da década de 20, mas também dos anos 20 da nossa vida. Esse single é a primeira que vai estar no álbum, já traz um lado que tem a ironia, a irreverência, mostrando versatilidade, um outro lado da nossa poética. É meio que uma certa virada em termos da banda para outro período. 

Foto: André Thys

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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