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Na expectativa de lançar o primeiro álbum, a Orquidália vai, aos poucos, apresentando as faixas de “Alma vira mar”, que deve sair em agosto. Na última sexta-feira (13) saiu o clipe de “Maré”, segunda música liberada pela banda – “Convocação” veio ao mundo em janeiro. O vídeo traz imagens do grupo gravadas no Parque Estadual do Rio Vermelho e na Praia do Moçambique e foi produzido por Maria Clara Barreta e Arya Tramontini.
Antes de disponibilizar o disco completo, o quarteto ainda solta mais dois singles com clipe, em abril e maio. “Maré”, segundo a vocalista e guitarrista Maitê Fontalva, é uma das mais antigas do repertório de “Alma vira mar” e a mais próxima do rock: a sonoridade da Orquidália caminha entre o reggae e a MPB. A música também se distancia das outras na parte lírica: em vez de questões sociais, a letra aborda o autoconhecimento, o contato com a natureza.
— “Maré” é uma das poucas que têm como principal raiz o rock. No processo de arranjo fomos incorporando elementos da neo-psicodelia e em especial da bossa nova. Ela tem uma pegada um pouco mais abstrata na poética, o resto do disco é mais ácido, mais político. Abordamos essas questões enquanto ser, como vamos lidar com as nossas próprias batalhas mentais. É uma música que explora essa relação com o mar, essa forma de conhecer a sua própria essência.
Ao Rifferama, Maitê falou sobre os três pilares que sustentam a Orquidália: coletividade, irmandade e amor. Para a vocalista, a banda é muito mais do que apenas uma banda, mas um meio para propagar as ideias progressistas dos integrantes. Além da vocalista e guitarrista, fazem parte do grupo os músicos Lucas Fontalva (baixo), Ana Medeiros (teclados) e Simón Aftalión (bateria).
— Temos ocupado esses espaços de fala, enfrentando o machismo do ambiente musical, que é muito forte e muitas vezes é maquiado. Enquanto mina trans pertenço a um grupo que ainda é menos representado na música. Nas nossas letras afrontamos esse atual sistema que ataca a cultura, as pessoas que pensam numa sociedade mais justa, os direitos LGBTQ+, a valorização da educação como um todo, como forma de combater os mitos.
“Alma vira mar” foi produzido por Orquidália e Guilherme Natel, que também fez a captação. A mixagem e masterização do trabalho ficaram a cargo de Flavius Raymundo.
Foto: Sil Carolina