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A Marelua, nome mais tradicional de samba-rock do estado, passou por uma grande reformulação até chegar em “Formas coloridas”, single lançado no dia 25 de agosto nas plataformas digitais. O grupo, que já chegou a se apresentar com 13 músicos no palco, segue agora em formação de trio, com Léo Vieira (voz e guitarra), Nilinho Adriano (baixo e sintetizador) e Henrique Soares (bateria e percussão), fundadores da banda que se reencontraram no ano passado e decidiram pelo retorno. Outra coisa que mudou foi o repertório. A Marelua, que começou a tocar em 2004, abandonou muitas canções que não estavam em sintonia com que os integrantes acreditam — alguns textos das próprias músicas foram reescritos, inclusive. “São coisas que não precisam ser amplificadas. Mudamos detalhes das nossas próprias músicas, coisas sutis, mas que fazem toda a diferença”, contou Léo Vieira.
A principal mudança, no entanto, foi estética. “Formas coloridas”, primeiro lançamento da Marelua desde o EP “Só pra te ver”, de 2010, apresenta uma sonoridade moderna, que mistura a batida eletrônica com o rap, mas sem abandonar o samba-rock, com auxílio do DJ e produtor Jack District, que vem sendo o quarto elemento do grupo. Esse foi um ponto importante na volta da banda, que sempre carregou a bandeira do estilo pelo estado, mas chegou o momento de olhar para o futuro. Com um álbum engavetado, que tinha sido gravado em 2013, em São Paulo, no estúdio Trama NaCena, o trio começou a resgatar parte desse material para planejar os próximos passos. Ao todo, a Marelua vai apresentar 25 canções até o final de 2024. Em contato com o Rifferama, o vocalista e guitarrista Léo Vieira afirmou que o principal desafio nesse retorno é equilibrar a parte artística com a administrativa.
— A gente tinha um material lindo, fizemos uma triagem do que dava para aproveitar e reformamos a forma de muitas músicas, e tínhamos mais 13 dessa nova fase, já trabalhando com os beats eletrônicos. Não queríamos mais carregar essa bandeira específica de um gênero, como fizemos com orgulho por muitos anos, É algo que restringe. Montamos uma linha de lançamento com todas essas músicas, as mais híbridas, as mais orgânicas, todas elas têm um diálogo. Estamos nos adaptando a essa nova forma de interagir com as plataformas digitais, trabalhando em clipes para essas músicas, tem toda uma equipe por trás. A gente está tentando fazer o que não conseguiu antes, que é equilibrar a parte administrativa com a parte artística. O Jack District veio para ajudar a dar movimento a toda essa produção que estava engavetada. Estamos nesse momento reavaliando tudo, mantendo o samba-rock como uma coisa importante dentro de tantas coisas poderosas. Tenho pensado muito mais no balanço, a intenção é que tudo fique mais possível a todos.
Foto: Tamara Martins