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Marissol Mwaba já fez tanta coisa e colaborou com tantos artistas que seria difícil listar todos os trabalhos sem esquecer de algo importante. Mesmo com essa trajetória de grandes aprendizados e oportunidades, a cantora, compositora e multi-instrumentista se viu com dificuldade de finalizar o seu próximo álbum. “Tudo que era essencial já estava na minha mão, musicalmente, mas a parte da estrutura não estava e não sabia como resolver isso”, contou. A sensação de impotência que todo artista independente sente durante a caminhada se transformou em algo especial. A ideia de fazer o EP “Tu inteira nunca é só”, publicado no dia 25 de julho nas plataformas digitais, surgiu após uma onda de comentários que recebeu de fãs da escritora Natália Sousa. Enquanto o processo do disco estava travado, Marissol se propôs a cuidar de todas as etapas de produção do EP: fez direção artística, ilustrações, fotografias, mixagem, masterização, animações, filmagens, clipes e montagens.
“Tu inteira nunca é só” começa com uma carta de dez minutos de duração em que a artista conta, sobre uma trilha experimental, como conheceu Natália, os encontros e as trocas — as letras da faixa título e de “Em paz com meus tropeços” foram escritas pela criadora do podcast “Para dar nome às coisas”. “Fora eu mesma, é a Nati é quem que eu me sinto confortável de cantar em primeira pessoa as coisas que ela escreve”, explicou. Musicalmente, o EP não teve nenhum tipo de direcionamento pré-definido. É por isso que ele soa tão verdadeiro, trazendo características da cantora, compositora e multi-instrumentista enquanto artista, como as harmonias vocais em camadas ou o talento como baixista. Mais do que isso, “Tu inteira nunca é só” a permitiu fazer uma arte livre. Em contato com o Rifferama, Marissol Mwaba afirmou que o álbum não poderia vir ao mundo sem a experiência de ter feito esse EP.
— Eu chamo esse EP é tipo um por trás das cortinas das emoções que estão acontecendo nesse processo de gravar o meu próximo álbum. “Tu inteira nunca é só” é um encontro, ela mandou a letra, eu fiz a música, a gente se identificou. O podcast dela estourou, ela escreveu outro livro e falou da gente. Eu não sabia, foi muito emocionante. A música e esse nosso encontro ganhou uma dimensão maior do que a gente. Nesse mar de impossibilidades, as pessoas me deram força de recuperar a noção de que fazer uma produção grande não é a única forma de fazer arte. Eu pude brincar muito. O nó foi desatando nesse passo a passo, me vejo em tudo que está ali. Foi um processo muito bonito de me conectar e também entregar de volta o carinho para os ouvintes do podcast. Ao longo desse processo todo, tudo o que estava travado no álbum se resolveu, ele está vindo e não podia vir sem esse EP antes mostrando o outro lado, que é o lado humano frágil que a gente tem enquanto está tentando fazer as nossas coisas como artistas independentes, sem suporte e estrutura.
Ficha técnica
Realização: Adabu Produções
Direção artística, ilustrações, fotografias, mixagem, masterização, animações, filmagens, clipes e montagens: Marissol Mwaba
Selo, marketing digital e projeto gráfico: Dreamland Digital
Tradução Português-Francês: Dra. Mwewa Lumbwe
PR: Carolina Martins
Distribuição: Tratore
Editora: BMG Brasil
Agradecimentos: Natália Sousa, Equipe do Podcast Para dar Nome às Coisas, François Muleka, Alegre Corrêa, Leonor Scola e Amanda Rosa
