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Não seria exagero chamar o pianista Matheus Ferreira de prodígio. O músico ingressou na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) aos 17 anos, estudou os compositores eruditos e brasileiros e, bacharel no instrumento, segui em 2018 para São Paulo para trabalhar e continuar aprendendo. Especialista em piano popular pela EMESC Tom Jobim (Escola de Música do Estado de São Paulo), Ferreira lançou no dia 24 de junho o seu primeiro álbum, “Fáros”. O material, batizado por uma palavra grega, que significa farol, é um marco para o artista, que joga luz sobre a sua trajetória até aqui. Gravado no Estúdio Arsis, com captação, mixagem e masterização por Adonias Júnior, o repertório traz dez canções nas formações de piano solo, trio ou quinteto, com a participação de Marlon Cordeiro no sax alto, Matheus Diniz no trompete, Tomaz Lambert no baixo e Cecília Collaço na bateria.
Até por ser o registro de um momento, “Fáros” soa diverso. Seja sem acompanhamento, na formação clássica do jazz, com baixo e bateria, ou com a banda completa, o pianista transita entre estilos variados, com uma forte pegada brasileira — o compositor vai do frevo ao samba com a mesma habilidade. Em contato com o Rifferama, Matheus Ferreira destacou a versatilidade do álbum. Não são raros os momentos em que o piano é apenas o coadjuvante e o artista oferece a base para os outros músicos brilharem. As referências também são diversas, como Johnny Alf, Herbie Hancock e John Coltrane, outro fator que explica a extensa paleta sonora desse trabalho.
— A ideia de “Fáros” é que seja esse marco, que ilumina, revela, que traz à luz o que é esse momento do meu trabalho, ouvindo, pesquisando e tocando várias coisas que vão em torno de frevo, samba, jazz e vertentes da música instrumental. Não é um álbum focado em piano, cada um tem o espaço, a ideia é aparecer o quinteto. Temos duas faixas de piano solo e outras formações, com a ideia de trazer essa linguagem do piano também em trio, tendo mais liberdade para harmonizar, mas a maioria do álbum é em quinteto, para expressar várias dessas coisas que construí, estudo e aproveitar o melhor possível essa sonoridade do quinteto nos arranjos. É nessa viagem que aparece o farol, faz parte desse registro, desse momento.
Foto: Pedro Oliveira