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Mudness encerra fase com álbum de stoner pesado e melódico

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O stoner rock se estabeleceu nos anos 90 com o surgimento de nomes como Kyuss, Fu Manchu e Monster Magnet, fazendo um som inspirado principalmente por Black Sabbath e as bandas clássicas de doom metal, combinando riffs lentos, sujeira e psicodelia. O estilo teve um revival tão forte na última década, que parecia que a cada dez novos grupos sete seguiam essa estética, fato que saturou a cena e também os fãs do rock chapado. Esse é o caso da Mudness, de Florianópolis. Grande conhecedor do gênero e do circuito independente brasileiro, o vocalista e guitarrista Renan Casarin filmou em 2016 o que viria a ser o documentário “Medusalodoom”, que traz entrevistas com Muñoz, Ruínas de Sade, Red Mess (PR), entre outros. No ano seguinte, o videomaker começou a escrever as suas próprias músicas, mas só em 2019 que o projeto tomou forma com Fernando Lima Dal Bó (baixo) e Pedro Silvano (bateria).

Três anos separaram o lançamento do primeiro single, “R.I.P.”, do álbum de estreia, homônimo, que saiu em julho. Esse intervalo talvez explique como as coisas tenham acontecido para a banda, que divulgou o material nas plataformas, mas fez apenas um show para promover “Mudness”. Casarin vive atualmente em São Paulo, onde integra a WeeDevil, e chegou até a pensar em reformular o grupo para seguir em frente, mas desistiu da ideia. O baterista está morando fora do país (Canadá), então, o disco possivelmente encerra essa trajetória. Em contato com o Rifferama, o vocalista e guitarrista falou sobre o status do trio atualmente e comentou sobre o desafio de superar os clichês do gênero. Ainda que seja difícil fugir completamente das características principais do stoner, a Mudness conseguiu entregar um repertório curto, sete faixas em 35 minutos, pesado e com bastante melodia, elemento importante nesse trabalho.

— Comecei a criar os primeiros riffs da Mudness em 2017, mas fiquei nesse lance de conhecer a galera pra tocar junto, formei a banda com outras pessoas antes, e a gente definiu essa formação em 2019. Gravamos quatro músicas com o Leandro (Lazzarotto, produtor), era a nossa demo, mas só lançamos a “R.I.P.”, as outras não ficaram legais. Tinha sido a minha primeira gravação, então pensamos em maturar mais essas músicas pra lançar depois. A banda até chegou a acabar na pandemia e voltamos nessa função do álbum, que só foi lançado quando eu saí de Floripa. Até pensei em continuar aqui em São Paulo, mas entramos com esse hiato. Não sabemos o que vai rolar, conversamos muito, mas provavelmente o álbum oficializou as experiências que a gente teve. Eu sempre tentei fazer umas músicas para não cair no clichê, por mais que eu me inspire nas músicas que eu curto, a gente coloca um tempero a mais. A gente sempre teve uma pegada muito melódico, riff maligno, mas com melodia, que dá uma quebra, esse peso com a parte mais poética.

Ficha técnica

Produção, captação, mixagem e masterização: Leandro Lazzarotto
Composições: Renan Casarin, Fernando Lima Dal Bó e Pedro Silvano
Voz e guitarra: Renan Casarin
Baixo: Fernando Lima Dal Bó
Bateria: Pedro Silvano
Participação: Marcio Bicaco (percussão em “Lamúria”)
Arte da capa: Pedro Magalhães

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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