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É possível dizer que a Vince, de Rio do Sul, nunca foi a mesma após uma tragédia familiar que afetou os irmãos Grazzus Cunha (voz) e Giovane Diego (guitarra, violão e voz). Formado em 2008, o quarteto que tinha Ramon Testoni (baixo e voz) e Lucas Parizotto (bateria) lançou dois EPs e se destacou na cena independente na região, mas entrou em hiato no começo da última década após o baterista deixar o país. Mesmo com a banda inativa, os integrantes não pararam de compor e se reuniram em 2019 para gravar três músicas. A parceria com o produtor Rafael Rossetto, que também é guitarrista, deu tão certo que ele se tornou o quinto elemento do grupo durante a pandemia, e o que seria mais um EP virou “Austral”, primeiro álbum da Vince, divulgado no dia 2 de novembro nas plataformas digitais.
O repertório de “Austral” foi construído da seguinte forma. A banda aproveitou as três canções que foram gravadas para o projeto inicial, aí cada integrante escolheu uma composição da “gaveta do passado” e depois foram criadas outras três faixas, totalizando dez músicas. O álbum traz uma sonoridade moderna e pesada, com letras profundas escritas em português e uma produção de alto nível. Apesar de a temática passar por questões como raiva, medo e tristeza, a mensagem que o grupo quer passar para o público é de esperança, superação e amor. Em contato com o Rifferama, o vocalista Grazzus Cunha falou sobre o retorno da Vince e “Austral”, que simboliza um processo de cura. Além do disco, o agora quinteto lançou um clipe para “Mar adentro”, um dos destaques desse material.
— A gente tinha um irmão que acompanhava a banda, participava das gravações e ajudava bastante a gente que acabou cometendo suicídio. “Austral” nada mais é que um processo de cura. “Ao norte” foi uma letra que escrevi depois do que aconteceu e a primeira pessoa que leu foi a minha mãe. “Mar adentro” fala da minha depressão e de como consegui superar. Cada música tem uma história e uma fase de luta. Por isso que é um processo. A gente passa pela culpa, pelo desespero, pelo medo, pela raiva. A última canção que escrevi foi “A cura”, que fecha esse ciclo de luto. Compreendi o que estou fazendo aqui, a vida é boa. As pessoas precisam enxergar em alguém que tudo vai dar certo e existe um porquê das coisas. Uma hora ele chega. Tem um pouco do coração de cada um nessas músicas.
Ficha técnica
Gravação: Flat Hall Studio
Mixagem e masterização: Rafael Rossetto
Produção: Rafael Rossetto e Vince
Design: Estudio Grazzus
Composições: Grazzus Cunha, Giovanni Diego, Rafael Rossetto, Ramon Testoni e Lucas Parizotto
Foto: Rodrigo Cedric