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“Rage”, primeiro lançamento da Mutillo, de Florianópolis, precisava sair. Foram cinco anos de muitas mudanças, de formação, principalmente, até de nome (se escrevia com um L só antes de descobrirem outro artista com a mesma grafia), até chegar ao EP divulgado nas plataformas digitais em outubro. A sorte da banda começou a mudar no começo de 2022, quando se apresentou no Casa Preta Rock Bar ao lado de Toxic Rotten e Brokenhead. Sem baixista, Pedro Vargas Halfen (guitarra e voz) e Mateus Silva (bateria) tocaram como um duo, mas no mesmo dia conheceram Andrew Seven (vocal), que acabou entrando para o grupo. O áudio da apresentação foi captado por Cesar Augusto Salvador, proprietário do espaço, e a Mutillo, que hoje conta também com Guilherme Schulte (baixo, Sepulcro), usou essas faixas de bateria para produzir “Rage”. As cordas foram gravadas pelo guitarrista, que também fez a mixagem e masterização, e os vocais por Rodrigo Troina (Armada85).
O EP traz cinco músicas, quase todas escritas nos primórdios da banda, e tem uma sonoridade crua, inspirada em lendas do death e thrash metal dos anos 80 como Death, Sepultura, Obituary e Carcass. Com a formação estabilizada, a Mutillo pretende regravar o repertório de “Rage” com mais qualidade e acrescentar mais umas quatro ou cinco composições, incluindo uma com letra em português, para fechar um álbum. Outra novidade que pode acontecer em breve é a soma de mais um guitarrista para o grupo, algo que vem fazendo falta nos shows. “Tudo o que componho é pensando em duas guitarras. Tem muita harmonia, se a gente conseguir aplicar isso nos shows será muito foda”, comentou Pedro Vargas Halfen. Em contato com o Rifferama, o vocalista falou sobre as dificuldades na produção de “Rage” e também sobre a estética da banda.
— O nosso estilo de som é mais velharia mesmo, não bandas antigas, mas o tipo de som ser mais podrão mesmo, principalmente o timbre de guitarra, que é um divisor de águas numa gravação. A influência da sonoridade vem dessas bandas que eu ouvia muito quando comecei a Mutillo. Mas a gente quer ter mais qualidade de som, sim, mas fizemos o que estava ao alcance. O Rodrigo Troina teve uma preocupação para ficar o melhor possível. “Rage” foi lançado mais pelos cinco anos de banda. O EP é praticamente uma demo. O nosso estilo não vai se moldar pelo acesso a recursos melhores de gravação. Tenho aversão a coisas muito produzidas que pecam no lado humano da música. Não é o tipo de som que gostaria de fazer, eu curto a imperfeição. Se não tiver uma parada visceral junto, algo mais cru mesmo, deixa a desejar.
Foto: Anny Wasen