O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Biguanet Informática, TUM Festival e Nefasta Cervejaria
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
A cantora, violinista e compositora Natacha Kamila Vieira, de Florianópolis, está trabalhando na pesquisa e experimentação para produção do seu álbum de estreia, “Manga”. Nesta sexta-feira (8), a artista encerra a primeira parte do projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, que consiste na criação coletiva dos arranjos para o disco. Acompanhada pela sua banda, formada por Trovão Rocha no baixo, Jeff Nefferkturu na guitarra, Anélita Nuñez no teclado, Neno Moura na bateria e Ricardo Lagartixa na percussão, Natacha Kamila apresenta na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), a partir das 11h30, um ensaio aberto (e gratuito) ao público com o repertório de “Manga” e também participa de uma roda de conversa sobre o projeto, que teve outros dois encontros anteriores para a materialização da parte musical que será registrada em estúdio. O passo seguinte é a edição de um documentário com imagens de todo o processo, incluindo entrevistas com os músicos e convidados. O vídeo terá inserção de janela de Libras e será publicado no canal da artista no Youtube.
“Manga”, o álbum, que teve a sua produção, gravação, edição, masterização e lançamento aprovados no PIC (Programa de Incentivo à Cultura), da FCC (Fundação Catarinense de Cultura), foi inspirado na fruta por diversas razões, tanto sonoras quanto de conceito. Musicalmente, o material, que tem 13 faixas, todas compostas por Natacha Kamila, traz as influências da artista, que vão do forró ao samba-jazz, passando também pelo reggae, blues, afoxé e funk: um disco feito para dançar, mas também para refletir.Entre os temas abordados estão o colorismo, esse lugar de identidade como mulher parda e de se reconhecer dentro desse processo, com a intenção de somar à luta antirracista, ocupar espaços e promover a agregação das lutas por dignidade racial e reconhecimento de direitos, sabendo que se trata de um tema complexo e precisa ser tratado como tal. “Manga” também traz referências do Tropicalismo, de pegar influências como Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil e transformar em algo próprio, no melhor estilo antropofágico. Além dos músicos da sua banda, que trazem toda a sua bagagem na contribuição dos arranjos, participam do álbum artistas da cena como François Muleka, Anis de Flor, O Rosa, Liza, Bernardo Flesch, Tácio Vieira e Marissol Mwaba.
— Eu já trouxe as composições prontas na essência, mas tem uma criação em cima disso, as linhas que cada instrumento vai fazer, a cara que vamos dar para as músicas trazendo as referências de todos os integrantes. Vamos fundir as nossas influências nesse álbum. Embora eu tenha essa iniciativa de trazer as minhas questões nas músicas, a partir do momento que jogo isso na roda com os músicos e a produção, todos colocarão o seu olhar artístico no conceito. A manga se manifesta com várias cores, amarela, rosa, verde, e reflete essa diversidade das minhas influências musicais, que a gente digere e compõe algo nosso. Por outro lado, “Manga” traz a questão do colorismo, sobre como a gente vai considerar todas as subjetividades dentro desse universo de pessoas negras, sabendo da nossa história e o quanto isso influencia na nossa cultura, na nossa música e na nossa identidade. O meu fazer artístico passa por essa vontade de transformar essa estrutura que é tão opressora, falar para que as nossas vozes sejam ouvidas.
“Experimentação e construção projeto Manga” foi selecionado pelo EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO N ० 37/2023 Lei Paulo Gustavo – LPG – D+ SC/2023 – executado com recursos do Governo Federal e Lei Paulo Gustavo – LPG – D+ SC/2023, por meio da Fundação Catarinense de Cultura – FCC.
Foto: Tóia Oliveira
Obrigada Dani ❤️