O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Biguanet Informática, TUM Festival e Desterro Autoral
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
A cantora e compositora Nicole Ruju sempre teve vontade de desbravar o mundo e conhecer outras culturas. Por acaso, a artista acabou conhecendo e trabalhando em Lima (Peru), cidade onde nasceu, com Rafa Pacheco, músico de Itapema. A primeira visita à Santa Catarina era para durar dois meses, que se transformaram em oito, devido o contexto de pandemia. Nicole teve de voltar para o seu país, mas sabia que voltaria. A próxima parada foi Bombinhas, onde morou por um mês antes de chegar em Itajaí, onde se matriculou no Conservatório de Música Popular Carlinhos Niehues. Entre ensaios, estudos e shows, a cantora conheceu o violonista Ney Souza e logo os dois perceberam que havia uma forte química criativa. Foi o ponto de partida do projeto “Aconcagua”, álbum que o duo está produzindo e faz essa fusão dos ritmos latino-americanos com arranjos para o violão sete cordas.
O repertório do disco consiste em duas faixas autorais, que já foram lançadas como singles, “Extraña norma”, parceria de Nicole com Rafa Pacheco, e “Maré de quarto”, música escrita por Ney Souza com letra de Iara Ferreira, ambas divulgadas em agosto nas plataformas digitais, cinco versões do cancioneiro popular da América Latina, incluindo “Zamba del Laurel”, que já foi gravada por Mercedes Sosa, e temas menos conhecidos, como do compositor peruano Kiri Escobar, mais duas poesias — o restante do material já está gravado e será apresentado de uma vez ainda neste ano. “Tem umas coisas que foram super regravadas e outras canções folclóricas mais lado B. A gente mandou a faixa para o Kiri Escobar e ele achou muito lindo, ficou feliz que a gente gravou, é um artista maravilhoso, mas não é tão reconhecido assim”, contou Nicole. Em contato com o Rifferama, a cantora e compositora falou da parceria com Ney Souza e da diversidade de ritmos presente em “Aconcagua”.
— Estou conhecendo a música brasileira desde que vim passar essas férias longas aqui e trabalhar com o Ney só acrescentou, foi muito legal poder ouvir tanta coisa. Aprendi muitas coisas com ele, fora musicalmente, questões sobre planejamento e projetos. Sugeri algumas canções latino-americanas que ressoavam em mim e ele veio com a ideia de incluir poesias e fez os arranjos incríveis. Pra ele também foi muito interessante, trouxe um ritmo afroperuano que é muito difícil de tocar para quem não está acostumado com ele desde criança. O Ney, mesmo sendo o violonista fantástico que é, teve dificuldade para sentir no corpo, temos muita complexidade rítmica. Mas no final ficou perfeito, agora ele está todo peruano tocando zamacueca. Está sendo muito importante essa troca, espero que esse projeto só continue crescendo. Gravamos “Aconcagua” em uma diária. Não teve pós-edição, não teve nada, tocamos de início ao fim.
Ficha técnica
Direção artística: Ney Souza e Nicole Ruju
Captação de audio: Estúdio S
Mixagem e masterização: Thiago Monteiro
Arte da capa e produção: Paula Oliveira
Assistente de produção: André Pelisser
Foto: Sarah Uriarte
