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O vocalista e guitarrista da Quazimorto, Fernando Goyret, foi morar com a família nos Estados Unidos em 2019, após o lançamento do segundo álbum, “Cold Front”. O hiato forçado pela distância não impediu a banda de continuar produzindo. Em 2021, o trio voltou à atividade com o single “Desgosto no talo” e o EP “Amanhã foi ontem”, gravado de forma remota: Goyret captou as vozes e as guitarras em casa e Guto Fernandes (baixo) e Hiago Albuquerque (bateria) gravaram no AeroTullio Sound Distillery. No verão passado, o grupo se reuniu presencialmente em Florianópolis após quase quatro anos e tirou o atraso em estúdio, compondo e registrando o material do terceiro disco, “Nostalgia Punch”, que saiu no dia 26 de janeiro pelo selo Urtiga Records. A mixagem e masterização do novo trabalho, que teve duas faixas divulgadas em dezembro de 2022, foi feita pelo próprio baixista, enquanto a capa é de autoria de Webb Hinton (05elantra).
Enquanto o tema das músicas de “Amanhã foi ontem” era a pandemia da Covid-19, “Nostalgia Punch” fala sobre o tempo e a saudade e também é uma fotografia dos três meses que Fernando Goyret passou no Brasil. A energia acumulada para ensaiar, tocar e compor refletiu na sonoridade do álbum, que é mais variada. Com referências como Built to Spill, Burning Airlines e Dinosaur Jr. e outras bandas do rock alternativo dos anos 1990, a Quazimorto apresenta um som vibrante, mas equilibrado, com momentos mais calmos e lentos contrastando com as partes rápidas e intensas e uma pegada cômica nas letras (mas nem sempre). Em contato com o Rifferama, o vocalista e guitarrista comentou do reencontro do trio, das particularidades do novo lançamento e de como funciona esse trabalho a distância.
— O Guto grava, mixa, edita, faz tudo. Eu tenho a interface aqui, gravo meus rascunhos e mando para eles, então quando voltei a gente já tinha em mente essas dez músicas. Ensaiamos pra caralho por uns três meses e gravamos o que deu. Temos muitos rascunhos loucos, dá para gravar mais uns dois álbuns. “Nostalgia Punch” está mais descontraído em certos aspectos, mas com músicas mais sérias, como “Nostalgia”, que tem uma pegada existencialista. Voltamos a usar pedais como o Flanger, que dá aquela vibe especial, mas mantendo a ideia de gravar ao vivo. A bateria é captada antes sem metrônomo, o Hiago detonou, aí o Guto e eu gravamos em cima às vezes em um take só. Tenho muita sorte de tocar com eles. Além de a gente se divertir, rola uma sintonia forte, sai bacana ao vivo e nas gravações. A gente trabalha bem e rápido na hora que precisa.