neivol-rifferama

“Oásis” e os novos caminhos pelo trap do polivalente Neivol

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini KalzoneCamerata FlorianópolisBiguanet InformáticaTUM Festival e Desterro Autoral


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

Entre 2018, quando lançou o seu primeiro álbum, “Capricórnio”, o cantor, compositor e produtor musical Volnei Trombin, o Neivol, apresentou um projeto por ano até 2021, chegando ao EP “Anomalia”. O artista, que é natural de Araranguá, construiu a sua trajetória no trap e experimentou um período recente de pouca atividade: sem contar as participações em faixas de outros MCs, Neivol colocou três singles no mundo nos últimos anos. “Oásis”, o quarto disco completo do catarinense, saiu em 3 de julho nas plataformas digitais pelo seu próprio selo Ruggine Records e foi o que mais tempo levou para ser finalizado. “Eu já tinha feito outros álbuns, estava sem inspiração e pensando se faria outro, se era o momento, mas encontrei a vibe. Precisava lançar esse álbum para vir com uma nova onda. É o fechamento de um ciclo, tanto de carreira quanto pessoal”, comentou.

Neivol aprendeu a fazer tudo sozinho desde o começo para não depender de ninguém. Segundo o artista, a grande parte do seu catálogo foi composto, gravado e produzido por ele mesmo — incluindo o trabalho audiovisual. “Comecei a escrever com 12 anos, em silêncio, no caderno. Em Araranguá os estúdios não eram acessíveis e acabei aprendendo a fazer praticamente tudo, do beat à mixagem, editar os clipes. 95% do que tem no meu canal, com exceção de alguns beats, que hoje consigo comprar. Da minha gravadora também, eu produzi da música até o vídeo”, explicou. “Oásis” abre margem para várias interpretações, mas aponta para outro caminho estético para o cantor e compositor. Em contato com o Rifferama, Neivol falou sobre a sua ligação com o trap e o conceito do álbum.

— Comecei no boom bap, tenho um álbum que não está distribuído e foi feito antes dessa época, era só Youtube mesmo, mas comecei a me apaixonar por essa onda do trap, era um negócio mais criativo, em que eu podia explorar mais a minha personalidade. O trap me deixou ser mais aberto com  a minha arte, sempre gostei de fazer mais melodia, no boom bap puxava para algo mais dark, eu queria fazer música para o pessoal dançar, não queria mais fazer som triste e pesado. “Anomalia” é um álbum para show, que as pessoas podem curtir e dançar. “Oásis” é o início de um novo ciclo em questão de sonoridade. Eu lancei vários álbuns experimentais, com vibe, com flow, de trabalhar várias partes, de uma música conversar com a outra. “Oásis” é a virada de chave, eu não faço mais essa sonoridade, as próximas músicas são diferentes. O que vem depois desse álbum é o que será o oásis. Quando terminei o álbum entendi que era isso. É um álbum sobre transformação, sobre acreditar em si mesmo. 

Foto: Thiago Fraga

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *