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“Quintais, ruas e costumes”, colaboração entre o grupo Quarto Cômodo, de Blumenau, e Nnay Beats, de Gaspar, foi escolhido um dos melhores trabalhos de 2023 pelo Rifferama. O EP, que saiu via selo Verve Ent., traz participações do rapper Segmento e da MC paulista Killa Bi. A parceria do grupo com Nnay Beats surgiu após o show de estreia da primeira mixtape do 4C, homônima, em 2021. O produtor tinha acabado de se mudar para Blumenau e todos se juntaram no estúdio para uma sessão que resultou em “Novo quintal”, faixa que encerra o repertório. O entrosamento deu tão certo que os encontros passaram a ser semanais, sempre trocando ideias, batidas e referências. Esse processo levou cerca de um ano até “Quintais, ruas e costumes”, um clássico instantâneo do rapper catarinense, tomar forma.
Mesmo após a finalização desse trabalho, Yurifluente e Mermo, integrantes da banca (que ainda conta com Trinda, Higggs e o beatmaker Guinotz), continuaram se reunindo no estúdio com Nnay Beats para criar. As sessões sem compromisso resultaram em mais um EP, “Algumas questões”, em que Nnay atua em duas frentes: na produção e nas rimas com o alter ego Dimi CL. A mixagem e a masterização ficou a cargo de _prodbyrafa. Com sete faixas, o material traz uma outra estética em comparação ao boom bap de “Quintais, ruas e costumes”. Apesar do resultado artístico que foi obtido, o projeto não deve seguir adiante. “Pode ser que aconteça a parceria novamente, mas não como sequência desse”, afirmou Nnay Beats. Em contato com o Rifferama, o produtor falou sobre “Algumas questões”, um desdobramento da colaboração com o Quarto Cômodo, e também a divisão entre o seu lado beatmaker e rapper.
— A gente continuou se encontrando só nós três e fomos criando sem pretensão de fazer alguma coisa. Acho que o fato de ter sido natural influenciou nessa sonoridade diferente, nova, a gente não se prendeu a muita coisa. Tanto a escolha das faixas como de quem rima foi bem natural durante o processo criativo. Depois desses encontros a gente olhou para as músicas que conversavam umas com as outras, na mesma atmosfera, e começamos a trabalhar no EP. Venho numa sequência de trabalhos colaborativos como produtor e estou tentando criar com diversos artistas da região, misturar pessoas de um grupo com outro, trabalhar com quem me identifico, e de certa forma fortalecendo o repertório autoral da região. Eu curto esse lance da escrita desde que comecei a fazer beat e senti a necessidade de criar esse outro nome pra desvincular, dessa diferença artística do que cada um faz.
Foto: Anna Pimentta