Pedrini: estética oitentista, mas moderna, no pop de “Talk”

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O cantor, guitarrista e compositor Ruan Pedrini lançou o seu primeiro trabalho autoral em 2017, um álbum ao vivo com a banda Lost Pines, gravado na 17ª edição do Rock na Praça, festival símbolo da música independente de Brusque, sua cidade natal. Em paralelo ao grupo, que é composto por Welingtton Conte (baixo) e Alexsander Souza (bateria), o artista começou a desenvolver um repertório solo em outra estética. O EP “Cat”, que saiu em 2020, traz referências do folk em oposição ao rock progressivo praticado pelo grupo. Nos últimos anos, além da Lost Pines, que fez um álbum de estúdio, “Apotheosis” (2021), Pedrini integra a Torvelim, que acabou de divulgar o seu disco de estreia, “Do meio pra baixo”. O single “Talk” encerra um hiato de quatro anos no seu projeto solo e marca uma nova fase para o artista, que abraça uma “nova” estética.

Ao mesmo tempo em que é um grande fã da música pop, Pedrini não escuta artistas atuais, com algumas exceções. Uma grande influência para “Talk” foi o trabalho de Harry Styles, que tem uma roupagem oitentista, mas também moderna. Foi essa referência que o cantor e compositor levou para Davi Carturani, do Estúdio Pistache, responsável pela produção, mixagem e masterização da faixa, que aborda o término de um relacionamento e faz uma reflexão sobre como a falta de diálogo e o receio de compartilhar sentimentos podem destruir uma relação. Com material suficiente para fazer um álbum, Pedrini não tem pressa. Entre os planos para 2025 estão lançar um clipe para “Talk” e gravar mais um single. O segundo disco da Lost Pines também está no horizonte e deve chegar nas plataformas digitais em breve. Em contato com o Rifferama, o artista falou sobre a estética para os trabalhos futuros.

— Eu tenho ouvido muita música pop ultimamente, mas eu não curto muito o pop atual, por isso que “Talk” tem bastante a estética anos 80, mesmo trazendo uma roupagem mais atual. Essa música tem muito a cara do Harry Styles, cheguei para o Davi (Carturani) com a ideia e umas referências mais anos 80, mas querendo um pop moderno e saiu isso. Gostei bastante. Quis fazer algo diferente, que desse mais visibilidade, talvez. Tenho ideia de que não vou ficar famoso, faço música por diversão, mas queria algo que as pessoas gostassem mais. A letra dela é bem pra baixo, queria que ela fosse mais pra frente, eu curto esse antagonismo que a letra tem com a música. Tenho músicas prontas para gravar um álbum, umas oito, que eu queria fazer numa estética como em “Talk”, ano que vem quero gravar mais um som e produzir o clipe de “Talk”. Na Lost Pines a gente faz as coisas com calma, estamos com um álbum novo pronto, tudo nada a ver com nada, nessa dinâmica que o rock progressivo tem.

Foto: Rafael Klein