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Pedro Rocha mistura psicologia e ecologia no EP de estreia

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O cantor e compositor Pedro Rocha começou a escrever poesia ainda criança, por influência do avô paterno, quando ainda morava no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Radicado em Florianópolis desde os 17 anos, o artista começou a tocar violão na época da faculdade. Foram dez anos compondo até tomar a decisão de lançar o seu primeiro trabalho solo, que saiu neste mês nas plataformas digitais. “Sobre astros e astronautas” traz reflexões sobre a vida com referências acadêmicas (Rocha é psicólogo e educador) e filosóficas e questões sociais e ambientais. Na parte musical, o EP, que tem cinco faixas e foi gravado no Estúdio Abacateiro, no Sul da Ilha, com produção de Mateus Romero, apresenta uma mescla de influências como Caetano Veloso, Luedji Luna, Gilsons, entre outros. A estética do registro é brasileira, com elementos orgânicos e também digitais.  

“Sobre astros e astronautas” foi construído a quatro mãos. Com pouca experiência de estúdio, Pedro Rocha, que fez parte da banda Ipomea Irutau, com um EP lançado em 2019, “O barco que nos leva é um”, apresentou as suas canções para Romero, que escolheu as que gostaria de produzir e fez os arranjos e gravou todos os instrumentos do material, com exceção do violão em “Navegar”, tocado pelo próprio artista. A combinação das referências de ambos resultou nessa música ancorada nos ritmos brasileiros, mas traz uma pegada moderna, com batidas digitais e sintetizadores. Como as músicas foram escritas da metade para o final da graduação e o começo da vida profissional do artista, o repertório tem essa interface entre a psicologia e a educação, em especial a educação ambiental e ecologia, tema recorrente no seu primeiro trabalho solo. Em contato com o Rifferama, o cantor e compositor falou sobre o conceito de “Sobre astros e astronautas”.

O principal motivo para ter essa mescla é a junção minha e do Mateus, é muito resultado do nosso trabalho. Fui mostrando as músicas pra ele e ele foi falando as que ele mais gostaria de produzir. Tem muito dele de estilo de produção e liberdade de criação. Sou um cara muito cru musicalmente, tem música do EP com dois acordes, a minha história sempre foi mais a canção, a poesia, foi legal dar esse espaço para ele dar uma vida nova para essas músicas. Eu estudei engenharia ambiental antes e conheci a galera da educação ambiental, estive envolvido com coletivo de pesquisa e extensão na área da educação. “Complexo” surge de discussões que tinham de questões sociais, o próprio título vem da Teoria da Complexidade. As composições vêm nesse sentido, “Inundá” fala da questão climática, “Moebius” tem bastante da psicologia, referências do que estava estudando na época. Acho que só “Quero quero” é uma música de amor, uma paixão que aconteceu nesse meio do caminho. Todas elas trazem de alguma forma um pouco dessas referências.

Foto: Bruna Kurth

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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