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Lucian Cupin (baixo) e Marcello Marochi (bateria) começaram a trabalhar juntos em um trio instrumental em 2018. A parceria se fortaleceu durante a pandemia, com o nostardamos, projeto de música eletrônica com o qual aprenderam a botar a mão na massa, no aspecto técnico de estúdio, e gravaram sete álbuns entre 2022 e 2023. O formato de produção e a estética escolhida foram fruto daquele período, do que era possível fazer, mas também de uma vontade de experimentar coisas novas. Com a sede de criação sanada, a dupla resolveu colocar em prática a DESCULPA, banda de rock triste, que era a ideia inicial antes de Cupin e Marochi se aventurarem pelo eletrônico. Com uma rotina estabelecida de ensaios e captação, o duo produz em série e já lançou dois EPs: “Caminho das orquídeas”, que saiu em novembro, e “77”, divulgado nesta quarta-feira (29) nas plataformas digitais.
“Tudo o que eu queria fazer e imaginava com música instrumental conseguimos botar para frente com a nostardamos. Temos músicas com dez teclados sendo tocados ao mesmo tempo, na hora de mixar tinham 200 pistas. A gente conseguia criar música, fazer o arranjo, tocar e lançar”, contou Cupin ao Rifferama. A DESCULPA vai no caminho contrário. Antes da pandemia, o baixista e o baterista chegaram a começar uma banda com duas guitarras e um instrumental mais trabalhado, mas as circunstâncias levaram para a estética que o grupo apresenta hoje, mais cru, direto ao ponto, para dar vazão às letras que sempre escreveu e nunca teve como aproveitar, pela sua atuação na música instrumental — além da Abakaxy Kitudu V, o baixista tocou na Transcendental Cid, de Chapecó. Em contato com o Rifferama, Lucian Cupin falou sobre a sonoridade da DESCULPA, que é baseada em riff, virada e barulho.
— Eu sempre quis ter uma banda assim, é o tipo de música que eu mais gosto, mas eu sempre toquei instrumental. Na minha cabeça a música tinha que ter vários elementos, foram várias tentativas de ter uma banda nesse estilo sentimental, emo/hardcore, mas nunca ia pra frente. Os três EPs que vamos lançar são um disco. No “Caminho das orquídeas” elas ficaram um pouco diferentes umas das outras e tivemos a ideia de dividir em três EPs. No primeiro a temática é mais próxima, uma coisa mais deprê, o “77” é mais romance e o terceiro, “Rio vermelho”, é destruidor. A DESCULPA é uma mistura de tanta coisa, apesar dos poucos elementos, é um som pesado com letras bem sentimentais, com a bateria preenchendo os espaços possíveis da música e usar a distorção da voz como se fosse outro elemento. Para fazer as coisas mais elaboradas, que a gente também precisa, a nostardamos vai ser pra isso, e a DESCULPA para gritar. Somos uma mistura dos dois.
Foto: Nathalia Machado