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A cantora e compositora Musa frequenta as batalhas de rap desde 2019, principalmente a da Prainha, em Blumenau, onde apresentou pela primeira vez uma música autoral, na 47ª edição do evento, realizada em maio do ano passado. A estreia nas plataformas digitais aconteceu em 2022, com o single “Slowmo”. A artista seguiu com mais três lançamentos até divulgar a mixtape “It Girl”, que saiu em julho. Feito a muitas mãos, com produtores de quatro estados (Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), o material traz sete faixas e mistura diferentes subgêneros do rap, como o plug e o drill, até uma pegada mais agressiva, com guitarras, e referências do pop e R&B, mais cantado e melódico. Cada canção tem seu próprio universo, esteticamente e na temática, e faz relação com as It girls homenageadas nos títulos das músicas, tratando de feminilidade e da capacidade de uma mulher conseguir as suas conquistas através do seu próprio trabalho.
O destaque da mixtape é a variedade do repertório apresentado. “EmRATA”, que fala da competição feminina, abre com um riff pesado, enquanto “Scarlett” vem nessa onda R&B. Essa diversidade, de cada faixa soar diferente uma da outra, faz com que a audição de “It Girl”, que traz as participações de Jovem Barça e Sirena, seja dinâmica — até por isso Musa chamou o material de mixtape em vez de álbum, apesar de as músicas conversarem entre si nas letras. Sem dar mais detalhes, a artista informou que o seu próximo lançamento, o single “Aquário”, agendado para o dia 30 de novembro, terá um feat “futurista” e produção de um profissional da cena do estado. Em contato com o Rifferama, a cantora e compositora disse que apostou nessa pluralidade de ritmos para provar que a mulher pode fazer o que ela quiser dentro do rap.
— Todos os produtores e participações foram de extrema importância em cada faixa. Foram diversas pessoas envolvidas nesse projeto, a mixtape foi construída aos poucos. “It Girl” é como se fosse um álbum, embora a mixtape tenha um conceito por si só, levando o nome de grandes mulheres que admiro, falando sobre a realidade das mulheres não só na música, mas como no dia a dia, cada faixa pode ser algo individual. Cada faixa foi criada para ser algo diferente, bem diversificado. Eu sinto que falta no rap as pessoas acharem que as mulheres tenham espaço para fazer o que elas queiram. Geralmente quando a mulher está no rap é para fazer um vocal, o melódico e pronto. Com essa mixtape quis falar “não”, se eu quiser cantar um pouco mais agressivo vou cantar em “Doja Cat”, se eu quiser falar sobre a solidão da mulher e cantar mais melódico, vou falar na “Scarlett”, trazendo várias vertentes que o rap tem.