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Raul Silter retorna com produção surreal em “Ninguém morreu”

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O single “Antes do fim”, lançado em 2022 por Raul Silter, trouxe uma estética pop e eletrônica e deve ter confundido quem acompanhava a carreira do artista. A música melancólica e amparada no folk que fazia antes, com destaque para o álbum “Sal” (2020), também contrastava com a sua personalidade. “Ninguém morreu”, seu novo trabalho, lançado no último domingo (25), está mais próximo do que o compositor, poeta e cantor quer mostrar para o público. A canção é fruto de um amadurecimento, pessoal e também na escrita, que Silter passou nos últimos anos tentando descobrir que tipo de arte o representa. “Ninguém morreu” é uma carta de intenções na qual bate no peito e diz que não está para brincadeira, provando do que é capaz. Ele e seu bando — o lagunense é acompanhado por um time de peso tanto em áudio como em vídeo (ficha técnica completa abaixo). E o clipe é um capítulo à parte, formando uma obra audiovisual impactante, que fez valer a espera por novidades.

“Ninguém morreu” surgiu em uma reunião com o produtor e multi-instrumentista Paulo Pfutzen, do Outro Selo, estúdio e espaço cultural de Laguna. A maneira como a música foi criada, com os dois improvisando, e depois a captação, a maioria dos instrumentos em um take só, transformou a canção nesse manifesto sonoro que reúne as muitas referências de Silter. Tem riff de guitarra, tem gingado brasileiro, tem rap e tem poesia. Dedicado integralmente ao seu processo artístico, o cantor e compositor sabe onde quer chegar. “Eu trabalhava em agência e isso estava me matando. A cada dia que passa parece que volto um pouquinho mais pra mim. Minha ideia é dominar tudo, sei que vamos chegar longe, eu e o bando”, comentou o músico, que também fez a direção do videoclipe. Em contato com o Rifferama, Raul Silter falou sobre a sua poesia popular maloqueira e o encontro (por enquanto) de uma sonoridade ideal.

— Meu trabalho começou de uma maneira muito inocente, no sentido de não entender nada de carreira de música. Eu sabia fazer um som e fui botando no mundo, não tinha ideia de como isso impacta e que tudo que a gente faz, faz parte da carreira. Tudo é um reflexo do amadurecimento. “Ninguém morreu” marca esse momento de imersão total na minha arte. Fui para Portugal em 2023 e evoluí bastante como artista, escrevi muito e dei um nome para a minha poesia. Gosto muito de trabalhar com intuição e me identifiquei com essa liberdade artística de trabalhar com o Paulo. A ideia era misturar mais a música urbana, no fim ela ficou bem orgânica, a parte mais aguda da parada ficou para a letra e a minha interpretação. Saíram várias coisas de improviso, a gente se deu super bem criativamente. Tem que ter essa energia no som, aquele frio na barriga que tu nunca sabe o que vai fazer. Essa é a primeira música com o Outro Selo, estamos fazendo esse movimento em Laguna, chegou o momento de botar pra fora.

Ficha técnica

Áudio

Letra e música: Raul Silter
Produção musical, arranjo, guitarra, bateria, mixagem e masterização: Paulo Pfutzen
Captação bateria: Outro Selo
Captação guitarra e baixo: Estúdio Andre Bresiani
Baixo: Marcelo Kilha
Trompete: Luiz Alves
Captação voz: Bárbaro Estúdio
Direção vocal: Léo Marelua
Selo musical: Outro Selo
Distribuição: CD Baby Brasil

Vídeo

Direção, direção de arte e produção: Raul Silter
Co-direção, direção de fotografia e montagem: Vitor Lopes
Foto still: Vanessa Cargnin
Assistente de produção: Sophia Zoran
Personagens: Lindamir Henrique, Giancarlo da Silva, Vinicius Souza, Rodolfo Souza, Sophia Zoran e Rodrigo dos Santos

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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