Quatro anos após o lançamento do álbum de estreia, “Beer Revolution”, a Red Razor se prepara para apresentar o segundo trabalho de estúdio, “The Revolution Continues”, previsto para sair em julho. Mas quem for até a Célula Showcase neste sábado (6) já vai ter um gostinho do novo disco, incluindo o single “Born in South America”, disponibilizado nesta sexta-feira. O quarteto de thrash metal sobe ao palco ao lado de Surra (SP) e Marreta.
O álbum marca a estreia do guitarrista Daniel Rosick (Distressed, Exception e Matriarca). Em “The Revolution Continues”, a Red Razor repetiu a parceria com o produtor Alexei Leão, do AML Estúdio. Mais experientes, com dezenas de shows e turnê no Nordeste no currículo, a banda traz novos elementos a sua sonoridade. As letras também estão mais políticas e menos bem-humoradas, segundo o vocalista e guitarrista Fabrício Valle.
— Gravar com o Xei é um prazer, tanto pela qualidade do trabalho e profissionalismo que ele entrega, quanto pela facilidade de convívio. O ambiente no estúdio é sempre descontraído, algo que permite que a gente desenvolva nossas ideias com tranquilidade. Incorporamos diversos elementos de outros estilos, mais notadamente death metal, mas também black, heavy e hardcore. No disco anterior o ambiente político era outro, as letras foram escritas entre 2012 e 2014. Tem mais crítica social, algo que estava presente de forma um pouco mais modesta no “Beer Revolution”.
“Born in South America” foi tocada ao vivo pela primeira vez em 2017 e logo se tornou uma das preferidas entre os integrantes da banda, que conta também com Gustavo Kretzer no baixo e Igor Thiesen na bateria. O single fala sobre a forma como “o nosso continente foi colonizado e explorado nos últimos 500 anos” e expõe a visão de mundo do grupo – a própria questão política foi determinante para a escolha do novo guitarrista.
— A letra do single é muito importante para nós, fala de integração e identificação que a banda tem com o continente sul-americano e a sua cultura. Apesar de sermos do Sul do Brasil, refutamos completamente o movimento “O Sul é Meu País” e por isso deixar claro que o único sul que nos representa é o da América. A escolha pelo Daniel foi bem simples, o nome dele foi um dos preferidos. Não tínhamos dúvidas de que ele estava à altura tecnicamente, então fizemos uma busca nas redes sociais para saber sobre os posicionamentos políticos dele. Não queríamos colocar alguém que alimentasse discursos de ódio ou pensamentos reacionários, algo que tem infestado bandas de metal em Santa Catarina.
Foto: Nefhar Borck