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Renata Swoboda é uma artista única. Com uma obra inconstante, as músicas da catarinense têm elementos em comum que trazem originalidade para o seu projeto solo: na mesma medida, potência vocal e personalidade, com uma boa dose de loucura junto. A cantora e compositora não tem pressa de botar as suas canções no mundo — Renata trabalha até encontrar a versão que considera ideal de cada faixa. “Meu dengo”, último lançamento da artista, que saiu no dia 18 de outubro nas plataformas digitais, é um bom exemplo disso. Escrita há mais de dez anos, em um intervalo das aulas no Ceart (Centro de Artes, Design e Moda), na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), a compositora só descobriu que “Meu dengo” estava pronta durante uma viagem ao Nordeste, neste ano. Além da gravação, feita em Jaboatão dos Guararapes (PE), Renata voltou para Florianópolis com a ideia para o videoclipe.
O single foi produzido pela própria artista com o trio Joia Rara, composto por Diego Drão (teclas), Rafael “Bigode” Bernardo” (baixo) e Leonn Inacio “Pernalonga” (bateria). A faixa é descrita por Renata como uma mistura entre MPB marginal e pop chapado, algo como se Alcione tivesse dado um tempo em Olinda fumando um beck com algum gringo muito doido. “Uma prensa de música brasileira, nordestina e do mundo. A intenção de “Meu dengo” era transbordar a loucura que existe na sua cabeça, no ser humano, na politicagem, nessa farsa”, comentou. A estadia em Pernambuco também rendeu o audiovisual para a música. O vídeo, editado por Felipe Maciel Martínez, habitual parceiro de Renata, faz uma releitura do curta-metragem “Em trânsito”, de Marcelo Pedroso, que a cantora e compositora assistiu em um evento em Recife.
— Era uma vez dois amigos fazendo faculdade de música. A gente sentava na grama atrás da biblioteca para trocar uma ideia entre as aulas, num abençoado dia ele me contou que estava de lance com uma gata que foi super cruel com ele por estar usando a camisa do voto nulo, ela até xingou ele. Daí surgiu a música. Eu estava em busca da psicodelia nordestina perfeita, por isso fui para Pernambuco e encontrei um tecladista maluco-virtuoso e disse “é isso”. Fui ver ele tocar e ele me apresentou o Joia Rara, me apaixonei por todos e fomos para o estúdio. Deixei os caras livres para botar o seu molho dentro da música. Foram muitos anos tocando e experimentando essa música, chegou uma hora que ela já tinha tantas camadas e ideias que foi só sentar com a guitarra e organizar a forma. A história do clipe é muito interessante. Me apaixonei pelo curta e perguntei para o Marcelo se podia fazer uma releitura para o videoclipe e ele topou na hora. O Felipe Maciel conseguiu manter a narrativa original e ainda foi inventivo com novas ideias, ficou a contraparte visual perfeita para a mensagem da música.
Ficha técnica
Música: Rafa Oliveira e Renata Swoboda
Técnicos: Rodrigo Araújo e Leticia Arruda
Produção: Renata e Joia Rara
Bateria: Leonn Inacio (Pernalonga)
Teclas: Diego Drão
Baixo: Rafael “Bigode” Bernardo
Mixagem: Caio Muniz
Masterização: Alécio Costa
Foto: Thamara Geraldi