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Ricardo Pauletti divulga álbum produzido por estudo inédito

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Para falar de “Danças cinestésicas”, sétimo álbum do violonista e compositor Ricardo Pauletti, é preciso voltar alguns anos no tempo. Em 2021, o artista lançou dois registros, “Ritual de Cordas”, em que se aproximou da música de concerto (erudita), e “10 Peças de Estudo para Violão Brasileiro”, material que o fez ser gravado por outros instrumentistas. A trajetória de Pauletti pelo mundo acadêmico, sendo professor universitário e também no Conservatório de Música de Itajaí Carlinhos Niehues, e principalmente como pesquisador, influenciou o seu trabalho artístico. E vice-versa. “Danças cinestésicas”, que saiu em 27 de setembro, traz três faixas inéditas além de uma suíte dividida em sete partes, é fruto de sua tese de doutorado em Processos Criativos, em que criou um método de composição inédito, utilizando o movimento do corpo, de explorar o violão, para criar as obras que foram captadas no estúdio Café Maestro — confira a ficha técnica abaixo.

O instrumento é um veículo para representar uma ideia que nasce no plano mental. Pensa, escreve e reproduz. No caso da Cinestesia, a ideia é que eu use o violão para criar esse material sem ter ele em mente ainda, sem ter sido desenhado ou imaginado nesse plano intelectual. Para fazer isso eu faço um mapeamento do braço do violão, que chamo de superfície ativa, escolho alguma técnica que será empregada, a gramática motora, e saio fazendo experimentações. É a experimentação que está gerando o som, a ideia musical nasce do movimento”, explicou o pesquisador. “Danças cinestésicas” continua o que Pauletti começou em “Ritual das cordas”, mas dessa vez o violão brasileiro não está em primeiro plano. Encerrada a fase do doutorado, Pauletti quer circular com esse novo trabalho e já pensa nas próximas gravações: em contato com o Rifferama, o violonista e compositor informou que tem material para outros três discos, um de canções, outro de choro e mais um de violão solo.

— Em termos de organização das alturas (das notas), está distante do que a gente conhece da música brasileira. Ainda tem o universo do violão brasileiro como fio condutor, mas conectado de uma maneira mais evidente à música de concerto contemporânea, pós-tonal, harmonicamente e melodicamente também. Os elementos brasileiros são mais rítmicos. Eu levei para a academia o meu trabalho artístico. “Danças cinestésicas” é uma continuação do “Ritual das Cordas”, ele tem a mesma lógica no seu processo criativo, mas a hierarquia está invertida. O violão brasileiro é algo que não tem como sair de mim, está presente, mesmo que não esteja aparecendo no primeiro plano. Não estou saindo de um universo para entrar em outro. Tenho muita coisa pronta para ser produzida. Eu produzi muito material durante o doutorado e escolhi dez faixas que mais se comunicavam com esse momento. O objetivo agora é circular.

Ficha técnica

Produção e direção musical: Ricardo Pauletti
Gravação, mixagem e masterização: Marcelo Cássio (Estúdio Café Maestro)
Foto da capa: Caique Calove
Projeto gráfico: Gabriel Castilho
Produção executiva: Ricardo Pauletti e Luciana Castilho
Assessoria de comunicação: Luciana Castilho

Foto: Victor Schneider

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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