O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Biguanet Informática, Lord Whisky Distillery e TUM Festival
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
A Sabiá Preto começou em 2010 sem muita pretensão além de fazer um som ao vivo. Não que o objetivo tenha mudado, mas talvez isso explique o fato de a banda de Ibirama só ter lançado o seu primeiro single em 2018. Já na segunda formação, pois o grupo começou como um trio instrumental formado por Felipe Anderson (guitarra), Fabrício Lucion (baixo) e Jeferson Hermann (bateria). O primeiro álbum, homônimo, que saiu em 2021, contava com Thiago Weschenfelder nos vocais, que deu lugar a Valentina Bertrando, mas com essa fase o quarteto não tem nenhum material registrado. 2023 foi mais um ano de mudanças para a Sabiá Preto, que retomou o formato guitarra, bateria e baixo, com Ewerton Ariel Daroceski assumindo os graves — com esse time foi gravado o EP “Quente e úmido”, lançado em fevereiro. Sete meses depois, a banda apresenta o disco “Sede de sangue”, com Leandro Madruga nas vozes.
Apesar do tempo de estrada, a Sabiá Preto tinha pouca ou quase nenhuma experiência em estúdio. “Sede de sangue” foi o primeiro trabalho em que a banda captou os instrumentos de forma separada e com uma produção efetiva. E aí entra a figura de Rafael Rossetto, o piloto da mesa do Flat Hall Studio, de Rio do Sul, o principal espaço para gravação da região do Alto Vale. A participação de Rossetto para além da parte técnica fez diferença, já que o segundo álbum do grupo é o mais bem acabado até agora. Todos os registros anteriores foram gravados ao vivo. Em contato com o Rifferama, o guitarrista Felipe Anderson falou sobre o processo de composição da banda, a preferência por fazer música instrumental e a mudança que “Sede de sangue” trouxe na forma de produzir da Sabiá Preto. O foco no momento é montar um bom repertório para os shows.
— A gente começou bem experimental. O primeiro single a gente tentou fazer em português, mas a gente achou meio palha e fizemos em inglês pra ver como soava. Todas as nossas ideias são voltadas para a esquerda, é todo mundo funcionário, chão de fábrica e nós temos mais ou menos esse viés ideológico. A gente sempre gostou de instrumental, de tocar ao vivo bem alto, mexer com a galera. A gente sempre toca pensando na noite, montava os sons pensando no que funcionaria, fazendo os sons frenéticos e as coisas vão se transformando meio automático. A gente fica tocando as viagens, faz um monte de coisas, grava e começa a garimpar. Acho que até é um defeito nosso, a gente não tem muito norte de estilo, como tocar, a gente vai fazendo como acha que fica bom. Muitas vezes a gente mistura uma parte de uma música com outra. A gente adapta. No “Sede de sangue” a gente chegou com os sons basicamente feitos, o Rossetto deu muita direção, no tempo, no andamento da música, como timbrar as coisas. Nesse último álbum ele se empenhou junto.