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Quando Luan Rodrigo Barbosa Jobim desembarcou em Florianópolis vindo de Porto Alegre (RS), no dia 12 de agosto de 2019, só conhecia o rap como ouvinte. O futuro artista LJOTT4 não rimava nem fazia ideia do movimento quando foi convidado por um amigo para a Batalha da Costeira. A identificação com o rolê foi imediata, mas competir no freestyle ainda não era o que queria fazer da vida — escrever música virou o objetivo. E começou estudar. O seu primeiro single, “Vivências”, foi lançado em 2021 e, desde então, o MC vem lapidando a sua escrita. O que era um hobby se transformou em missão a partir do segundo EP, “Onde mora minha fé” (2024). “É um EP de rap de mensagem. Descobri o que eu tinha nascido para fazer. Tenho essa convicção de que deus me colocou aqui para ser um comunicador e cada vez mais tenho me encontrado nisso”, comentou o rapper.
E o estudo foi fundamental para a realização de “Sankofa”, seu primeiro álbum, divulgado no dia 24 de outubro nas plataformas digitais. Para elaborar o conceito do trabalho, o MC e compositor leu mais de dez livros de história e se aprofundou na diáspora africana. Gravado durante o ano, o disco tem 12 faixas, produção de Daniel Rodrigues (Tru3 Beats), mixagem e masterização de João Luiz, ambos do selo Koé Records, e traz participações de diversos artistas como COLASNI, Yas e Carvallho, que produziu o EP “Onde mora minha fé”, entre outros. A sonoridade mistura o peso do boom bap e seu rap de mensagem, mas também é melódico, com refrãos cantados e uma estética atual, que traz elementos do trap. Bastante pessoal, o álbum aborda temas como autoconhecimento, cura e reconexão com as raízes. Em contato com o Rifferama, LJOTT4 falou sobre “Sankofa”.
— Eu conheci o Tru3 Beats em dezembro, CEO do Koé Records, gravamos duas faixas e a partir disso comecei a escrever o meu álbum. Ele se apaixonou pelo projeto e me convidou para gravar “Sankofa” com ele. Estou o ano inteiro trabalhando no álbum, estudando o conceito para poder contar a história com propriedade, não falar nada que eu não saiba. Estudei muito a história da escravidão, foi um trabalho de muita pesquisa. É um álbum de muita mensagem, mas eu busquei explorar os refrãos, que era uma coisa que não tinha feito no meu último EP, e chamei pessoas que podiam somar com melodias. “Sankofa” é atemporal para mim, é a história da minha vida mesclada com a história do Brasil, um grito de força, de resistência e ancestralidade. Quem ouvir vai sentir essa vontade de correr atrás. A mensagem principal é essa, de nunca desistir e buscar aquilo que nos foi tirado.

