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A Agony Voices, nas palavras do vocalista e fundador Jonathan Feltz, é uma banda reservada. São poucos shows por ano e cada novo trabalho é feito sem pressa. “We Don’t Know What We Have Become”, terceiro disco do grupo formado em 2005, em Blumenau, estava sendo produzido desde 2019. O sucessor de “Mankind’s Glory” (2015), lançado nesta quinta-feira (21) nas plataformas digitais, terá versão física em CD via selo Sun Empire, do México, e segue o padrão de trabalhar um conceito, decisão que reflete na sonoridade — nenhum álbum da Agony Voices soa igual ao outro. Existe uma base, que fica entre o doom e o death metal, mas as referências vão mudando com o tempo. O material também apresenta a nova formação, com Diego Medeiros Valgas (guitarra, Homicide) e Isaque de Matos Strapazzon (bateria, Fatal Encarnad), completando o time que conta com José Stolf Junior “Barasko” (guitarra) e “Valdecir Hilbert “Valda” (baixo, Juggernaut e ex-Rhestus).
O primeiro disco da banda, que começou como um tributo ao Katatonia, saiu em 2011. “The Sin” traz uma estética mais crua, voltada para uma linha black metal, de acordo com as letras contra o cristianismo, enquanto o sucessor evolui na questão dos vocais, mesclando o gutural e gritado com a voz limpa. “We Don’t Know What We Have Become” aperfeiçoa a música da Agony Voices como um todo, mantendo a agressividade, com guitarras de sete cordas, mas com Jonathan Feltz cantando mais, apostando nas melodias. O álbum também tem uma veia psicodélica, acompanhando a temática de autoconhecimento. “Tivemos um período de usar alguns expansores de consciência e, a partir disso, começamos a escrever as músicas. “Lisergic” explica bem a vibe mais maluquinha da banda, como se tivesse dentro de uma experiência”, contou o vocalista. Em contato com o Rifferama, o cantor e compositor falou da expectativa pelo show de lançamento, que acontecerá em fevereiro, e também revelou que o grupo já trabalha no próximo registro, que deve vir com outra proposta.
— O material novo vem numa evolução da banda. A gente não nunca se preocupou com estilo e não sabe o que se tornou. A gente faz músicas pesadas, mas ao mesmo tempo faz músicas bonitas. Por mais que as músicas tenham bastante melodia, elas estão bem pesadas e preenchidas. Foi um processo bem longo e cansativo. A ideia é fazer um show de lançamento um pouco diferente do comum, temos amigos que são artistas circenses e pretendemos misturar a arte do circo de uma forma mais dark, com visual macabro. Estamos bem ansiosos para lançar esse material ao vivo. Depois desse momento, como gravamos o álbum mais tranquilo, nessa vibe mais pra dentro, psicodélica, no próximo vamos partir para a desgraceira. Estamos fazendo composições bem rápidas e pesadas, mudando completamente a característica de todos os álbuns anteriores. O conceito ainda não sabemos, as músicas sempre foram feitas primeiro.
Foto: Aidan Dandan G. Rous