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Sepülcro busca identidade própria no death metal old school

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A Sepülcro foi tomando forma aos poucos. Guilherme “Necrobraço” Schulte (voz e baixo) cresceu ouvindo death metal old school (anos 80/90) e apresentou uma música que tinha composto com essa estética para o guitarrista Lucas Marques. Com a entrada de Théo Luna Marques (bateria), o trio começou a tocar em eventos de palco aberto por Florianópolis e não demorou para Pedro Vargas Halfen (guitarra solo, Mutillo) se juntar à banda, que em poucos meses produziu por conta própria o EP “Post-Mortem Dreams”, disponibilizado em junho de 2023 apenas no Youtube. Desse material, que tem uma sonoridade mais rudimentar, o quarteto aproveitou três músicas, com exceção da faixa título, e regravou para o álbum “Cut, Rip, Chop, Break”, que traz mais quatro inéditas e foi lançado em fevereiro nas plataformas digitais. As baterias foram captadas no estúdio AeroTullio Sound Distillery e as cordas, vocais, mixagem e masterização ficaram a cargo de Wellington Rodrigues de Oliveira.

Além da melhoria na qualidade sonora e de performance, o material tem mais personalidade, fruto da contribuição dos demais integrantes. As principais ideias partem do vocalista e baixista, que tem essa predileção pela era clássica do death metal, citando nomes como Sepultura, Death e Cannibal Corpse como referência, enquanto o grupo como um todo incorporou elementos de outros gêneros, tanto do metal extremo, como a pegada black metal de “Justified Imprudence”, quanto de bandas que os fãs mais radicais não colocariam na mesma frase como Korn ou System of a Down. Esse processo de composição colaborativo está ampliando o repertório da Sepülcro, que já tem mais duas músicas novas e pretende gravar mais um EP em breve. Em contato com o Rifferama, “Necrobraço” falou sobre a escolha por essa estética menos lapidada e pelo apego ao death metal old school.

— Death metal é o estilo que mais esteve presente na minha vida, foi por isso que tive vontade de ter uma banda e, apesar de não ter conhecimento musical, praticava os vocais baseado no que eu escutava. Os outros integrantes têm referências diferentes, a gente tem um entrosamento bem legal compondo e com o passar do tempo eles começaram a adicionar pitadas de outros gêneros. Ao mesmo tempo que a gente consegue manter o nosso estilo old school, com o gutural, as afinações graves, a distorção, mas fazemos riffs pouco comuns no gênero e encaixou bem com essas influências diferentes deles. A gente prioriza bastante ideias novas, quem compõe letra, tem riff, já anota e listamos tudo para fazer um processo mais dinâmico. Nosso ideal é não produzir demais, o death metal antigo tem uma atmosfera bem característica, de não necessariamente ser uma produção ruim, mas ser mais cru, uma coisa mais orgânica, com aquela atmosfera de fundo, seja qualquer ruído ou um som mais abafado, que é o oposto das bandas de hoje.

Foto: Pâmela Kaufmann

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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