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Sintodrama nos apresenta o som do cheiro no álbum “ODO~”

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Lord Whisky Distillery, Camerata Florianópolis e Biguanet Informática


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O Sintodrama é, possivelmente, o projeto mais ousado do qual Kauê Werner (Nebula Dogs) e Filipe Maliska (Entrevero Instrumental, O Exótico Quark Encanto, Syndrome e Lince) já participaram. Formado em 2016, o duo de música experimental já fez EP sobre meme, desenvolveu o aplicativo Sinestética, para síntese sonora em realidade virtual, e lançou em março desse ano “ODO~”, primeiro álbum e um atestado da proposta inovadora da dupla. O material traz timbres sintetizados e escalas microtonais criadas a partir de vibrações de moléculas odoríferas. É isso mesmo. Por meio de um trabalho de pesquisa e composição, Werner e Maliska buscam responder uma pergunta: Cheiro tem som?

Aprovado pela Lei Nacional de Incentivo à Cultura, com apoio de Aromas de Catarina e financiamento do Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura), “ODO~” é uma viagem sensorial por meio da música eletrônica. Além de poder ouvir o disco nas plataformas digitais, o Sintodrama disponibilizou o algoritmo “Odor Molecule Sonification” para o SuperCollider, um software de programação de áudio em que qualquer pessoa pode escolher fragrâncias e brincar com as possibilidades sonoras. Como o tema é complexo, o Rifferama pediu para Filipe Maliska explicar o conceito da obra. Confira abaixo, também, o documentário “Sinto cheiro de drama” para mais informações.

O Sintodrama surgiu da ideia de trazer linguagens da música eletrônica experimental em um formato mais próximo da música popular, com riff e groove. É um trabalho que transcende a música e tem essa relação com outras mídias, como cinema e experiências em realidade virtual, como o recém lançado “Artificializando o Pavilhão Philips”. Um desses nossos aplicativos em realidade virtual, o “Sinestética”, tem uma certa influência no nosso primeiro disco. Nele, você sintetiza sons e vê as ondas sonoras em realidade virtual, o tamanho das ondas, as formas e as cores. Essa relação da frequência do som com as das cores é a mesma que a gente usa para sintetizar e criar timbres a partir dos cheiros no “ODO~”. Neste caso, a discussão que ainda existe sobre como as vibrações das moléculas odoríferas influenciam em como nosso cérebro percebe os odores, foi o ponto de partida para buscarmos converter as frequências de algumas dessas moléculas em som, sintetizando assim, os timbres que você ouve no disco.


Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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