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Sintodrama segue inovando com segundo álbum “Sinestética”

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Há muito tempo que fazer música virou um objeto de estudo para Filipe Maliska e Kauê Werner. O Sintodrama é o veículo que a dupla criou para expandir os limites da criatividade, mesmo sob o rótulo experimental, a dupla ainda consegue inovar. Depois de apresentar o som do cheiro com o álbum “Odo~”, lançado em 2023, o novo registro do duo, “Sinestética”, disponível nas plataformas digitais desde a última quarta-feira (7), traz sons gerados por um aplicativo de mesmo nome, desenvolvido pelos integrantes do projeto, que captura as frequências sonoras das ondas eletromagnéticas das cores. “Sinestética” foi feito no estúdio Outro Selo, em Laguna, com o auxílio de Paulo Pfutzen, entre janeiro de fevereiro deste ano. Além do material em áudio, com 15 faixas e cerca de 40 minutos de duração, o Sintodrama produziu um documentário em que mostra os bastidores da gravação e explica o conceito do disco, viabilizado pelo Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura), também conhecido como Lei Rouanet.

“Sinestética”, basicamente, segue o mesma lógica de “Odo~”, mas em vez de extrair os timbres de moléculas odoríferas, Kauê Werner, munido de um headset de realidade mista (foto), conseguiu captar essas frequências através da visão, enquanto Filipe Maliska tocava grooves na bateria. Apesar de os álbuns estarem conectados pelos sentidos, o novo trabalho não foi criado com esse objetivo. Apenas aconteceu. E mesmo sendo complexo na sua concepção, “Sinestética” soa mais acessível do que o material anterior, pela estética e também pelo som orgânico da bateria. “Tem as paradas de subdivisões diferentes de vez em quando, mais esquisitas, mas são sutis. A gente fez o som muito pelas formas das ondas, os timbres dos cheiros ficaram com uma cara meio áspera, era a proposta. Nesse talvez exista essa conexão de coisas antigas, de eletrônicos ou sintetizadores, alguns efeitos acabam soando como coisas do Van Halen ou Rush”, comentou. Em contato com o Rifferama, Filipe Maliska falou sobre a motivação para seguir revolucionando a sua própria música e o que esperar do Sintodrama pela frente.

É uma parada que tenho tentado fazer (soar mais acessível) desde que comecei a enfiar mais o pé na jaca, com o Entrevero Instrumental, o Exótico Quark Encanto, que foi um expurgo. Acho uma coisa positiva (querer sempre inovar), mas ao mesmo tempo muitas vezes você está entrando em um negócio que só você está ali, então vou manter o que acho interessante e tirar o que é ruído, o que não é o principal. Acho que tenho feito isso. Sempre que vamos fazer um projeto, tentamos colocar alguma coisa original no disco. É uma característica nossa. Foi uma coincidência que os dois ficaram vinculados a um outro sentido. O Kauê e eu sempre brincamos com umas ideias, ele está bem focado em bioacústica e deve ficar meio off da música, então não sei como vai ficar. Mas temos a ideia de montar uma super banda e fazer um disco em que tudo seja feito de forma artificial, por IA mesmo, com a gente junto.


Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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