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Desde 2011, o Somaa, trio formado por Rafael Zimath (voz, guitarra e violão), Nedilo Xavier Pinheiro (baixo) e Tiago Luís Pereira (bateria e voz), em Joinville, vem construindo uma trajetória sólida baseada em uma receita que combina três ingredientes: boas melodias, refrãos grudentos e letras inteligentes. Com uma discografia de respeito, que inclui dois EPs (um deles faz parte de um split com a Sylverdale), um DVD ao vivo, um single com duas músicas e o disco “O mundo quer te enganar”, de 2018, a banda adicionou a cereja do bolo a sua prateleira. O álbum “<Antena>”, lançado no dia 25 de agosto nas plataformas digitais, repete a parceria com o produtor Gabriel Zander e apresenta o grupo no seu estágio mais maduro. Com dez canções, incluindo um interlúdio e uma faixa instrumental, o Somaa se mantém fiel ao seu rock de referências noventistas, mas também aponta para outras direções: a lenta “Língua-destino”, com percussão e cordas, que encerra o repertório, é um bom exemplo das novidades que esse trabalho traz.
Antes de ser liberado por completo, “<Antena>” teve seis singles com videoclipes divulgados nas redes. A banda apostou na continuidade da parceria com Zander, responsável também pela mixagem e masterização, para reafirmar a sonoridade do grupo e o resultado não poderia ser melhor. O Somaa gravou o seu trabalho mais significativo até aqui. E dizer que esse material foi criado após um bloqueio criativo de Zimath, que chegou ao nome do disco durante a pandemia, um dos temas que são abordados nesse álbum. “Percebi que somos antenas do mundo e de nós mesmos. Captamos ondas de energia e as devolvemos ao ar. O ser humano também é uma antena”, ponderou. Além da produção refinada, a participação de nomes importantes do underground nacional como Clemente (Inocentes), Alexandre Capilé (Sugar Kane) e Lucas Theodoro (E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante) faz de “<Antena>” um trabalho ainda mais especial.
— Quem é artista sempre entra em êxtase quando lança um trabalho. Afinal, é o desfecho ou materialização de muito esforço, tempo, entrega e verdade. Sim, verdade, porque a música que é criada, inédita, diz das suas verdades, das coisas que falam contigo e que te são importantes. Não é por outro motivo que há esse clichê de que o último trabalho do artista é, visto pelo próprio, como o seu melhor. Ora, é o retrato mais recente da sua verdade. “<Antena>”, o segundo e novo álbum do Somaa, é a fotografia atual das nossas verdades enquanto banda. Falamos das coisas da nossa cidade, falamos sobre envelhecer e permanecer tocado pela música que nos formou enquanto jovens, de saúde mental; do consumismo irresponsável e exagerado, de ir ao encontro a quem se é, e de tantas outras coisas. Nossa antena tem criado ondas e conexões inéditas em nossa trajetória. E que bonito e poético é estarmos recebendo de volta todas essas ondas, em resposta àquelas que enviamos para o mundão nas músicas do disco. (Rafael ZImath)
Foto: Fernando Dall’acqua