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A Soul Cream foi formada em 2020 pelo produtor musical Dierre Pichorz, em princípio, para ser um projeto de releituras. A ideia no começo era fazer versões pesadas para clássicos do R&B, soul e funk, e injetar balanço no rock and roll. Para se ter uma ideia de como as influências da banda são diversas, as primeiras gravações, que foram lançadas nas plataformas digitais, vão de White Stripes a Tim Maia, passando por Black Sabbath, Bob Marley e Mutantes. Apesar do objetivo, que tinha apelo comercial, o grupo também compunha e até chegou a participar do V Festival de Música da UFSC, em 2021, com “Wolf Dress”, embrião do que viria a ser “Eraserhead”, single do primeiro EP, “Samsara”, que saiu no dia 2 de outubro deste ano. Nesses dois anos que separam um evento do outro, a Soul Cream perdeu o vocalista, posto que foi assumido por Pichorz, responsável pela captação, mixagem e masterização do primeiro registro autoral do agora trio, que conta com Jorge Kloppel (baixo) e Oliver Silvestre (bateria).
Gravado no estúdio Octopus Sound Box, em, Palhoça, QG do coletivo A Bolha, do qual também fazem parte as bandas AKANOÁ, Cambirela e Yaju e os Hipertensos, “Samsara” traz as participações de Gabriel Lohn no trompete, Carlos “Magrão” Broering (Paiol Vibes) no saxofone e Sérgio Luis Abreu no trombone. A arte da capa foi assinada por Julian Alexander Brzozowski. A sonoridade do EP, que a banda denomina como heavy R&B, caminha entre esses dois mundos, o rock e a música negra. “Não somos uma banda de rock, apesar de sermos uma banda de rock”, afirmou Dierre Pichorz. Conceitualmente, “Samsara”, que no budismo representa um ciclo interminável de nascimento, morte e nascimento, apresenta uma leitura do grupo sobre o processo de amadurecimento pessoal. Em contato com o Rifferama, o vocalista e guitarrista afirmou que o EP encerra um ciclo: a Soul Cream está em outro momento, compondo em português e assumindo outra estética.
— Quando a gente começou a sair das releituras, a gente estava fazendo músicas em inglês. Mais adiante alteramos o processo e começamos a escrever em português. A gente se formou no rock, mas está olhando para outro lugar. A gente ouve jazz, mas não tem culhão pra tocar jazz, mas harmonicamente enriquece muito, bebemos de todas as influências, dá pra perceber alguma coisa de hip hop, jazz, R&B. O “Samsara” funciona para a banda como um fechamento de ciclo, queríamos deixar registrado a estética inicial da Soul Cream e contar essa história do primeiro EP, com as músicas em inglês, criar uma linha narrativa entre elas. Já estamos em um momento diferente hoje na questão estética. O EP é uma ópera-rock sem ser, tem uma história contínua. Cada uma das músicas é a passagem por um dos processos que envolve o amadurecimento em si, o choque, a tristeza, o descontrole e a libertação de ter a consciência de que a vida não é só flores.
Ficha técnica
Áudio
Voz, guitarra, captação, mixagem e masterização: Dierre Pichorz
Baixo: Jorge Kloppel
Bateria: Oliver Silvestre
Trompete: Gabriel Lohn
Saxofone: Carlos Broering (Magrão)
Trombone: Sérgio Luis Abreu
Arte da capa: Julian Alexander Brzozowski
Vídeo
Roteiro: Dierre Pichorz, Jorge Kloppel e Oliver Silvestre
Direção e fotografia: Jorge Kloppel
Maquiagem: Williana Teodoro
Personagem: Dierre Pichorz
Mãos: Natasha Franke, Williana Teodoro e Oliver Silvestre
Foto: Julia Perosa
