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Tereu repassa a sua linha do tempo pelo país em álbum solo

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O lançamento de “Erasing Karma”, segundo álbum da Disaster Cities, em 2023, que estava sendo produzido desde antes da pandemia, foi um ponto mudança para  Matheus Andrighi. Vivendo em São Paulo há sete anos, o catarinense de Chapecó cogitou dar um tempo da música, com exceção do seu trabalho de palco. A parceria com a cantora Potyguara Bardo começou em 2020, na turnê “Simulacre”, e a experiência na entrada, foram determinantes para Tereu, seu alter ego como artista solo, se reconectar com a sua origem musical. “Minha primeira memória é escutar Ney Matogrosso com o meu pai. A música brasileira foi um dos pilares da minha criação. O rock foi permeando as coisas que eu fazia por conta dos contextos, dos amigos que conheci, onde morei na época. Surfei essa onda e curti também”, contou. O samba “Feito besta” abre os trabalhos de divulgação do seu álbum, “Música pra enxergar de novo”, que foi gravado em grande parte pelo próprio artista durante as madrugadas de junho a dezembro do ano passado, mas só vai vir ao mundo devido a colaboração de muitos amigos talentosos — confira a ficha técnica abaixo.

Fazia tempo que Tereu queria colocar para fora algo no mundo que tivesse mais significado, que conversasse com o que gosta e com a pessoa que se tornou nessas andanças pelo país: além de Chapecó e São Paulo, o músico morou no Pará e também no Tocantins. “Música pra enxergar de novo” foi produzido em parceria com Sergio “Plim” Machado (Ney Matogrosso, Liniker, Ana Frango Elétrico, entre outros) e é um álbum que fala sobre presença. O músico já tinha ensaiado um samba, ainda que dark e torto, com “Lamento”, um dos destaques de “Erasing Karma”, mas “Feito besta” mergulha de cabeça na brasilidade: Tereu gravou violão, baixo e baixo, além dos vocais. A faixa tem participação de Richard Fermino no trompete e trombone, Dennys Silva na percussão e Led Johnson no coro, além do produtor, que também é baterista. Em contato com o Rifferama, o cantor e compositor falou sobre o que “Música pra enxergar de novo” representa.

— Depois que a gente lançou o disco eu decidi cuidar da saúde e organizar as questões da minha vida. Foi uma decisão difícil, que acarretou em uma fissura nas relações que eu tinha. Fui morar sozinho e escrevi esse disco nas madrugadas, nesse momento de luto meu, com coisas e pessoas, algumas que eu perdi e outras que me despedi. Esse trabalho é mais fruto da iniciativa de outras pessoas do que da minha própria pretensão de fazer um disco. Foi muito legal. Pela primeira vez estou sentindo que sei o que quero falar, que estou aproveitando o que estou fazendo com presença. É um trabalho simples, enveredado pra quem eu sou como pessoa, uma coisa confessional. Tem muito a ver com o que eu descobri quem eu tenho sido enquanto ser humano, as pessoas que eu quero ter por perto, o que quero construir. Ao mesmo tempo que sinto um mundo formatado para a gente não ter relações profundas, eu tenho construído vínculos importantes nos lugares que passei. É essa linha do tempo nesse Brasil. 

Ficha técnica

Áudio

Produção: Sérgio “Plim” Machado e Tereu
Trompete e trombone: Richard Fermino
Cuíca, repique, tamborim e shaker: Dennys Silva
Violão, banjo, vozes e contrabaixo: Tereu
Bateria: Sérgio “Plim” Machado
Coros: Led Johnson e Tereu
Engenharia geral de gravação: Led Johnson
Engenharia de gravação Aurora: Carlos Freitas
Edição de vozes: Rodrigo Lemos
Edições: Rodrigo Deltoro e Glauco Minosso
Mixagem: Júlio Miotto
Masterização: Paulo Costa Franco
Capa: Lia Ballack
Selo: TRUQ Música do Brasil

Vídeo

Direção e montagem: Renan Casarin
Produção executiva: Mauro Bruno e Renan Casarin
Direção de fotografia: Renan Casarin, Matheus Andrighi
Assistente de câmera: Mauro Bruno
Agradecimentos: Silvia Helena Miquinioty, Celnel Lanches, Fernanda Paula, Ana Clara Veiga Gomes e Luiz Zabuscka

Foto: Elisa Maciel

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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