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Lucas Vieira da Silva, conhecido na cena como Ukah, milita no rap desde o fim dos anos 90. Com o V.O. Versão Original, um dos grupos mais antigos em atividade (formado em 2000), o artista do norte do estado lançou três álbuns e um EP entre 2005 e 2020. Em 2012, o MC criou o Joinville Hip Hop Festival, evento que já trouxe para a cidade nomes como Emicida, MV Bill, Coruja BC1, Cynthia Luz, Haikaiss, entre outros. A carreira solo teve início em 2016 com o EP “Próxima estratégia”, seguido pelo primeiro disco “O sonho e a dor” (2019), que marcou um período difícil da vida do rapper, que também é publicitário e dono da loja Brixton Hip Hop Raro. Seu lançamento mais recente, o álbum “Presente”, que saiu em maio, tem produção do DJ Fabio Vargas e reforça a posição de Ukah como ponta de lança no rap catarinense.
Com 16 faixas, “Presente” é o álbum mais positivo da carreira de Ukah, segundo o artista afirmou em contato com o Rifferama. Enquanto em “O sonho e a dor”, o rapper mostrou o seu lado vulnerável e preocupado com as questões políticas do país, o seu segundo disco solo celebra a boa fase que vem vivendo e sua importância na cena, como em “O rap no sul”. Estudioso do gênero, Ukah traz na sua música influências de gerações diferentes do estilo, dos Racionais MC’s ao Pentágono, passando por Rincon Sapiência e Flora Matos até chegar nos artistas mais atuais como BK e Djonga. A presença da música brasileira também é forte, como o samba-rap “Ponto”. “Presente” é um álbum de referências, seja no flow, nas frases ou nomes de música: quem é do ramo vai se encontrar nessas canções.
— O “Presente” é o disco mais positivo que eu tenho, foi uma das melhores fases da minha vida, por isso que o nome dele é presente. “O sonho e a dor” é bem depressivo, estava muito mal e tudo está relacionado com um certo momento do país. O Fabio Vargas, DJ que toca comigo, me mandou uns 25 beats e selecionei esses 16, fui escutando em casa e escrevendo. O que chegar de beat, eu faço música, não existe uma linha, também não tenho muito acesso. Não tem nada tocado, é tudo sample e plugin. Comprar beat é caro e produzir orgânico é mais caro ainda. “Presente” é um disco de referência, quem é do rap tá ligado. Me considero um cara muito estudioso do rap, tem muita coisa que não me agrada, mas o que gosto sou muito fã. Ele traz essas referências mais de protesto.
Foto: Robson Khalaf