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Victor Huaz é um artista diferente. O cantor, compositor e multi-instrumentista de Itajaí criou o seu próprio estilo, batizado de bossa novinha. Desde 2018, quando apresentou o seu primeiro single, o artista vem trabalhando nessa sonoridade que mistura a MPB, acid jazz, pós-punk e rap. Com três EPs no currículo, lançados em entre 2020 e 2022 nas plataformas digitais, Huaz chegou a outro patamar estético com o seu álbum de estreia, “Perdoar tudo toda hora”, publicado no dia 31 de janeiro. O registro, captado quase todo ao vivo em Florianópolis, por Misael Pacheco, pode ser classificado como um disco de rock e traz as participações de Felipe Locks (O Tetraedro e Wolken) nas guitarras e violões, Natanael Hardt no baixo e Luiza Huaz, Rebeca Chiqueto, Mariana Melo e Fagner Tajes nas vozes. Além das gravações no Studio 186, o álbum também teve sessões no Vale do Itajaí e em Porto Alegre.
“Perdoar tudo toda hora” tem uma história curiosa. O repertório surgiu após o artista descobrir um sentimento que não fazia parte da sua vida: a raiva. O disco é um reflexo da ira transformada em música, com o trunfo de ser transpassada pelo filtro da fé, tema recorrente nas suas canções. “Eu tive várias explosões ao longo dos anos, nesse lance de suportar a raiva. A música me ajudou a liberar a ira. Depois de fazer terapia consegui entender esse sentimento que aflorava dentro de mim. As composições caminham nesse sentido, de uma pessoa que vive a vida miserável nesse sistema capitalista, mas ao mesmo tempo desfrutando de uma paz por causa da fé, que entra para resolver os conflitos e dizer que existe um sentido para a vida apesar dessas merdas”, explicou. Sem recursos para executar o projeto da forma que imaginava, Huaz tinha a ideia de gravar duas canções em princípio, que passaram a quatro e no fim chegou ao formato do disco, captado em grande parte em dois dias e meio, decisão que levou a essa sonoridade viva e orgânica. Em contato com o Rifferama, Victor Huaz falou sobre o seu primeiro álbum.
— Para mim foi o meu melhor trabalho executado, também acho que são as melhores composições desde que comecei solo. O Locks e o Misael toparam gravar, o estilo de produção ajudou também. A minha referência para os timbres foi o rock preto dos anos 60 e 70, Hendrix, Funkadelic e outras bandas que eram meio soul e foram migrando, dando mais sentido ao blues, essa música que vem do sofrimento e também para celebrar. Foi super cansativo gravar, fomos até a exaustão, o Misael foi muito amigo, era pra ter feito menos coisas e gravou junto, o Locks fez as músicas terem um certo tipo de movimento. Era eu e ele tocando um olhando no olho do outro, com o Misa acompanhando. Foi um negócio muito roots. Sobre o sentimento do álbum, me preocupei mais com a fé dentro dessa realidade caótica que a vida é. A gente vai conseguir vivendo com paz e sabendo que a gente precisa transmitir paz através do amor às pessoas. O disco caminha para esse lado, de cair por terra o individualismo e começar a ser mais altruísta.
Ficha técnica
Composição, voz, violão, teclas, baixo, bateria, percussão, efeitos, samples, direção, capa e encarte: Victor Huaz
Baixo, mixagem e masterização: Misael Pacheco
Guitarra e violão: Felipe Locks
Baixo: Natanael Hardt
Voz: Luiza Huaz
Voz: Fagner Tajes
Coro: Luiza Huaz, Rebeca Chiqueto e Marina Melo
Foto: Manu Galdino