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Victor Pradella abre baú familiar em “Do mato e da estrada”

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Em uma das muitas sessões como músico no Nossa Toca, do produtor Giba Moojen, em Balneário Camboriú, o cantor, compositor, multi-instrumentista Victor Pradella, que também atua como produtor, foi provocado pelo amigo. Quando ele teria um tempo na agenda para se dedicar a um trabalho seu da mesma forma ao projeto que estavam ligados naquele momento. “No meio do ano passado a gente estava trabalhando em um projeto financiado por gravadora e fizemos um arranjo que tinha bem a mistura de nós dois, um arranjo pesado, com beat e dobro com slide. O diretor estava lá e disse que não seria aprovado e a gente brincou que escreveria outra letra e faria uma música pra mim”, comentou. E assim nasceu “Do mato e da estrada”, primeiro álbum de estúdio do artista, lançado nesta quarta-feira (16) nas plataformas digitais acompanhado de um documentário homônimo, com direção de Filipe Matos.

Além do single “1º de janeiro”, o disco traz mais oito faixas, sendo duas voz e violão, remetendo aos trabalhos recentes de Pradella, mais folk, e o restante com banda, e um certo retorno ao rock, com Giba Moojen tocando bateria e percussão, e responsável pela produção musical, mixagem e masterização, Beiss Costa (baixo e voz), Petter Ferrera (guitarra) e Elieser de Jesus (teclados). Outra mudança que “Do mato e da estrada” traz é que o artista batizou o trabalho antes mesmo de escrever as músicas, inspirado por Estevão Queiroga e Emicida, que trabalham dessa forma para que o conceito guie a criação do repertório. As letras do álbum tratam de temas familiares, de como seguiu o caminho do pai e do avô, e homenageia a irmã e a esposa, a também cantora e compositora Arele Vachtchuk. Em contato com o Rifferama, Victor Pradella falou sobre o desafio de escrever o disco em tempo recorde e sobre o aspecto terapêutico desse trabalho. 

— Lembro de ter entrado no meu estúdio no dia 1º de janeiro, olhando para a agenda, e resolvi me desafiar como artista. Tinha 20 dias para a gravação e a primeira reação foi abrir a pasta de ideias e me propus a escrever nesse período. No primeiro dia estava pensando no que fazer e comecei a reparar na decoração no meu estúdio e como tem coisas que são influência dos homens da minha família. Sou nascido e criado no meio do mato, indo para o sítio, de tomar banho de rio e andar a cavalo, peguei a viola caipira e escrevi uma música sobre o meu pai e resolvi dar o nome para o disco. Mexeu muito comigo. Todos eles fizeram isso, pegar a estrada e fazer a vida em outro lugar, e em algum momento eu fiz a mesma coisa. Resolvi abrir esse baú familiar e tentei escrever sobre isso. Eu sempre fui um cara movido por inspirações avulsas. O disco tem essa coisa quase que terapêutica pra mim, de falar sobre a morte do meu avô. Fiz uma música pra minha irmã, algo que sempre quis fazer e não fiz, tem a primeira música que fiz para a Elis (filha) e primeira para a Arele depois do nascimento da Elis.


Ficha Técnica

Áudio

Victor Pradella: Voz, guitarra, violão, dobro, viola caipira, banjo e produção executiva
Giba Moojen: Produção musical, mixagem, masterização, bateria e percussão
Beiss Costa: Baixo e voz
Petter Ferrera: Guitarra
Elieser de Jesus: Teclas
Guilherme Manenti: Violão em “Do mato e da estrada”
Assistentes de gravação: Gabriel Nazario e Guilherme Bruno Ramos

Vídeo

Direção: Filipe Matos
Imagens: Filipe Matos, Alexis Tiranti, Math Pinheiro, Dieison Weber, Manoel Maneca Junior e Lucas Navarro
Montagem e edição: Alexis Tiranti
Colorista: Lucas Navarro
Fotos: Rafael Soares
Design: Gabriel Estevão Cordoba
Ilustrações: Guilherme Matias

Foto: Rafael Soares

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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