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Vilton e Nórton voltam às raízes com álbum “Pampa Libertá”

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Quem vê o cantor e compositor Vilton Zimmermann de Souza empunhando o seu acordeon ao lado do irmão Nórton, deve imaginar que a dupla faz música nativista, certo? Sim e não. O álbum “Pampa Libertá”, quinto trabalho do duo, foi lançado no dia 29 de julho nas plataformas digitais, e é o que menos traz referências de ritmos do Sul do país e da América Latina. De fato, o repertório do registro, que tem dez faixas e foi produzido por Sandro Cartier e José Ricardo Barboza (confira a ficha técnica abaixo), é o mais voltado para o rock, estilo que foi o começo de tudo na carreira dos irmãos de Passo Fundo (RS) — Vilton vive em Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, há mais de 20 anos. Curiosamente, o primeiro disco que os dois lançaram foi com a banda de rock Bilubi.du, em 2002. Depois de “Sem motivos para sermos normais”, incluído na discografia da dupla, Vilton e Nórton começaram a incorporar a música gaúcha nas suas composições nos álbuns “Raízes Urbanas I e II” (2014 e 2019, respectivamente) e “Atemporal” (2021).

O título do álbum não foi escolhido por acaso e pode ser interpretado de várias formas. O disco estava guardado há bastante tempo e só foi finalizado até a dupla encontrar a mixagem ideal. “O Guilherme Gê mixou do jeito que a gente queria, veio na veia. Trouxe o pop/rock bem à tona, mas da mesma forma mantendo essa pitada de regionalismo”, comentou Vilton. “Pampa Libertá” é um disco sobre liberdade, para Vilton e Nórton também, que não querem ser vistos apenas como artistas de música regionalista. O mais curioso nessa história toda é que as faixas do material não foram rearranjadas para soar como rock e sim o contrário. Elas foram compostas pensando nesse gênero e foram adaptadas para os trabalhos antigos com essas novas referências, como em “Raízes Urbanas I”, que compartilha quatro canções do mesmo repertório: “Deitar e rolar”, “Deixa falar mais alto o coração”, “Bate forte o coração” e “As cabeças vão rolar”. Em contato com o Rifferama, Vilton Zimmermann de Souza falou sobre a sonoridade e o conceito de “Pampa Libertá”.

— A nossa essência acabou vindo do rock, quando montamos a dupla a gente trouxe um pouco mais de regionalismo, que foi o “Raízes Urbanas”, muitas músicas que foram gravadas já foram compostas pensando em rock. No “Raízes 2” a gente misturou mais e no “Atemporal” a própria música é um rock, mas a gente sempre traz essa essência até pelo instrumento que eu toco, que é o acordeon, que dá esse tempero regional. O nome do disco tinha que ser liberdade, no contexto que a gente vive, e também essa quebra dos últimos discos puxando mais para o regional, agora trazendo um álbum de rock. A gente nunca quis se encaixar dentro de uma caixa, a gente toca o que está a fim de tocar. “Pampa Libertá” é essa grande liberdade de poder fazer arte da forma que a gente acredita em determinado momento da nossa vida, é um manifesto à liberdade. 

Ficha técnica

Vilton Zimmermann de Souza: Voz, acordeon e composições
Nórton Zimmermann de Souza: Voz, acordeon e composições
Sandro Cartier: Produção, violões e percussão
José Ricardo Barboza:
Produção, vibrafone, percussão
Gustavo Frosi Benetti:
Voz
Roberto Fabiano Ferreira: Voz
Tiago de Moura: Guitarra
Ghadyego Carraro:
Baixo
Vini Baschera: Bateria
Guilherme Gê:
Mixagem
Alexandre Rabaço: Masterização
Kleberson Brocardo: Foto

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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