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“Underwater”, primeiro EP da pianista Yasmin Fischer, faz parte de um projeto que compreende a gravação de seis faixas originais, com captação de Demis Kohler (confira a ficha técnica abaixo), dois videoclipes, duas sessões de audição ao vivo do material, realizadas nos dias 4 e 5 de dezembro, em Brusque, além da produção das partituras das composições. O conceito do material está presente em todo o trabalho, desde a capa, que traz um desenho da Baleia-jubarte, frequentadora assídua do litoral catarinense, homenageada em “The Whale Song”, com sons reais da espécie, ao título, passando pela sonoridade imersiva do repertório, que mistura referências do minimalismo, o piano neoclássico e elementos da música eletrônica ambiente. O EP foi realizado com recursos da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura) do Governo Federal.
Se as influências estéticas vêm de pianistas europeus, como polonesa Hania Rani (a referência do eletrônico), o islandês Ólafur Arnalds (estética orgânica que guiou a produção) e o alemão Nils Frahm (linguagem de piano), Yasmin celebra Santa Catarina com a peça “The Whale Song”, que também se conecta com o conceito do registro. A faixa “Echo of a Mother’s Heartbeat” é outra homenagem presente no material, dedicada à mãe da pianista e compositora, Heidrun. “Queria criar essa paisagem sonora de como seria dentro do útero, imerso no líquido amniótico, criar essa sensação de ouvir o batimento cardíaco da minha mãe enquanto estivesse dentro da barriga. Essa foi a ideia da ambiência da música, bem para acalmar mesmo. A nossa mãe é um lugar de proteção”, explicou. Em contato com o Rifferama, Yasmin Fischer falou sobre a proposta e estética de “Underwater”.
— O conceito dele nasceu em volta da água. Nado desde pequena, gosto de cachoeira, praia… na pandemia, que foi quando comecei a compor, era algo que me acalmava, eu tocava muito para me acalmar. A primeira composição que fiz foi acompanhando o barulho da chuva, então decidi homenagear a água enquanto principal elemento da vida, nossa primeira casa. Nessa estética de buscar paisagens sonoras, um grande conceito é usar sons da natureza para criar sensações que acalmem, fez muito sentido homenagear a baleia, um símbolo do nosso estado. Pegamos gravações de sons reais e fomos compondo de um jeito para encaixar com o piano, como se fosse uma conversa entre baleias. Muita coisa que aparece nas minhas composições têm uma estrutura parecida com o Romantismo (1820-1910), estudava música erudita, Debussy, Chopin, um formato de música mais fluido que combina com essa coisa da água, do movimento, fez muito sentido para mim como pianista.
Ficha técnica
Yasmin Fischer: composição, piano, direção de arte e produção executiva
Demis Kohler: produção musical, arranjo de violoncelo em “Entropy”, captação, mixagem e masterização
Evelyn Toledo: Violoncelo
Rafael Klein: Fotografia
Victor Michelato: Vídeo
Laura Brand: Design
Elieser de Jesus: Masterização

