Yulle Ulguim (baixo e voz), Otavio Schlickmann (guitarra e voz) e Gabriel Schlickmann (bateria e voz) ensaiaram por longos anos até aparecer o disco “De cor dourada”, lançado em maio de 2016. Talvez por esse motivo que a Carinae tenha criado um som com tanta identidade. O EP “Em frente, em todo o tempo, vi”, que saiu nesta segunda-feira (30), comprova a máxima de Thomas Edison: é 99% transpiração e 1% inspiração.
Captado novamente no AeroTullio Sound Distillery, o material foi produzido pela própria banda e ganhou mixagem e masterização do renomado Lampadinha (Scalene, Titãs, Charlie Brown Jr., entre outros). Com exceção de alguns overdubs de guitarra e vocais, as três músicas foram gravadas ao vivo, algo perceptível durante a audição. “Em frente, em todo o tempo, vi” apresenta um grupo que experimenta, mas sabe aonde quer chegar.
O EP abre com “Em/frente”, que já vem sendo tocada nos shows do trio. É a faixa “mais Carinae” das três, com a guitarra etérea que já virou marca registrada do som da banda. Um clipe em plano-sequência, filmado na Praia do Sol, em Laguna, foi feito para divulgar a composição. “Em todo o tempo” traz um groove diferente e uma divisão dos vocais entre Yulle e Otavio, um ponto positivo desse trabalho. “Vi” encerra mantendo o ar contemplativo das canções.
Eu não tenho medo de estar errado. Ouvindo “Em frente, em todo o tempo, vi” fica evidente o motivo de a banda ter sido indicada no ano passado ao Prêmio da Música Catarinense na categoria revelação. O rótulo, no entanto, não cabe mais. O trio é mais do que uma realidade no cenário independente do estado. Em frente, Carinae!
Foto: Tunai Arozi
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