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Mang faz convite à reflexão no álbum “Os loucos anos 20”

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A proposta musical da Mang, formada em 2023 por Lucas Thys (voz e guitarra), Pedro Germer (guitarra), Tomás Marchioro (baixo) e Gustavo Grillo (voz e bateria), soa mais sólida no primeiro volume do álbum “Os loucos anos 20”, desmembrado em três partes com três faixas inéditas cada, mais a canção “Duras penas”, que saiu como single no ano passado. O registro, que será divulgado durante 2025, está sendo gravado no Studio 186, por Misael Pacheco, e continua a estética apresentada no EP “De frente pro mar, de costas pra serra” (um dos melhores lançamentos de 2023 segundo o Rifferama), que mistura a energia roqueira com ritmos brasileiros, amadurecida e melhor executada. As canções estão mais pesadas, com destaque para as guitarras distorcidas, mas também são permeadas pelos regionalismos, como a folk psicodélica “Cavaleiro de papel”.

A separação do material se deve a questões de orçamento, mas também favorece a execução. O grupo tem tempo para trabalhar na pré-produção das faixas e ensaiar até o momento de ir para o estúdio e tirar o melhor som possível. O fato de a banda ter dois compositores principais também leva a música da Mang para outros lugares. A exemplo do primeiro EP, “Os loucos anos 20 – Vol. I” traz duas canções escritas por Lucas Thys e uma por Gustavo Grillo. “Eles têm uma escrita similar, mas em termos da natureza de arranjo realmente tem uma diferença. O Grillo puxa mais para o folk, já o Thys traz mais para o samba, aliado com essa coisa mais do rock mesmo. O álbum tem mais peso, essa coisa do rock and roll, mas também mais levadas brasileiras, essa doçura das melodias e do violão de aço, um contorno melódico bem brasileiro”, informou Pedro Germer. Em contato com o Rifferama, o guitarrista falou sobre a temática do disco e também a vontade de experimentar coisas novas.

— Esse álbum traz uma coisa muito reflexiva, crítica, e quase como uma espécie de convite para olhar ao seu redor e perceber o mundo e suas problemáticas. É um reflexo natural de olhar pra trás e pro agora, fazer um balanço e perceber as linhas evolutivas ou não evolutivas. Certamente o mundo, ao passo que muitas coisas avançam, também a gente pode, infelizmente, observar alguns retrocessos. É um convite a esse olhar crítico e reflexivo, não sob uma perspectiva fatalista, mas uma espécie de que alguma coisa precisa ser feita. E musicalmente fica uma coisa meio agridoce, coisas antagônicas, ao mesmo tempo tratando de um assunto super profundo, mas com um balanço brasileiro. O álbum tem músicas mais cruas e outras que pedem arranjos mais elaborados, que nos estimulam a explorar territórios que a gente ainda não explorou. Vai ter uma pequena janela para um certo experimentalismo, possivelmente vamos explorar aí nas próximas gravações. Temos cinco inéditas pela frente. 

Foto: Alice Schmitx

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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