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MC Clandestina e a arte de romper tabus, seja no rap ou funk

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Natural de Maringá (PR), Suzi Oliveira, a MC Clandestina, começou a cantar rap em 2012, em Florianópolis, em rodas de freestyle e das batalhas da Alfândega e da Central, no Campeche. Dois anos depois, a artista participou da fundação da Batalha das Minas, uma das primeiras do país. Logo vieram a produtora Dissemina e o Trama Feminina, coletivo de poetas e MCs que revelou e também deu espaço para outras integrantes da cena rap catarinense como MC Versa, Ju Sofer, Gritto e DJ Brum.

Quando decidiu divulgar as suas próprias músicas, na metade de 2018, Clandestina promoveu uma mudança de estilo, abraçando o funk, mas sem perder a veia contestadora que carrega desde as primeiras batalhas de rap. Até o momento foram sete singles lançados, todos com videoclipe – o último, “Senta e abandona”, saiu em 30 de outubro. Em contato com o Rifferama, Clandestina afirma que cantar sobre a liberdade sexual feminina ainda é um tabu. Como todos artistas independentes, a MC também foi afetada pela pandemia, mas está cheia de planos para o futuro e feliz com a repercussão do seu trabalho.

— Para algumas pessoas ainda é tabu falar sobre sexo e sobre o próprio corpo, principalmente no funk, que não é um estilo aceito em qualquer lugar. Muitas bandas de rock ou artistas de rap têm preconceito. Foi um lance difícil de entrar (no funk), mas quero mostrar o meu ponto de vista, o meu jeito de olhar os corpos e também as vivências das minhas amigas. Me espelho nelas. Quero fazer vários sons, mas vou devagar. É muito difícil ter autoconfiança nesse mundo que cobra um certo tipo de comportamento, te cobra padrão, é pesado, mas como todos os artistas, acredito no que faço.

Foto: Raphael Zulianello

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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