O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Biguanet Informática, TUM Festival e Desterro Autoral
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
Antes de formar a As Palavras Queimam, em 2014, o vocalista Marcos Vasselai, o Zé, já tinha passado pelo grupos Consciência de Rua e FFC (Frango Frito Core), em Brusque, onde vive há 30 anos. Desde o começo da banda, o objetivo era fazer um som misturasse o rap com o peso do hardcore e do metal, com letras de protesto. Com um EP e um álbum lançados, “As Palavras Queimam” e “Estado paralelo”, em 2016 e 2021, respectivamente, o quinteto, que é composto atualmente por Heliton Fidelis da Silva (voz), Carlos Civinski (guitarra), Vitor Zen (baixo) e Edison Ferreira Júnior (bateria), retomou os lançamentos com o single “Dando tiro”. A faixa, gravada pelo selo Fresh Side Music, tem captação, mixagem e masterização de Gustavo Gamba e arte da capa por Olhos Negros.
“Dando tiro” é uma faixa que já fazia parte do repertório dos shows da banda, mas faltava gravar e colocar nas plataformas digitais. O single se destaca por trazer uma sonoridade mais pesada em relação aos registros anteriores do grupo, saindo um pouco do rap/rock e indo para um lado mais metal. A letra aborda a violência policial, um tema de abrangência nacional, mas que também ressoa com o nosso estado. “A violência vem crescendo a cada dia na nossa cidade, que é considerada pacata. Os homens estão toda vida fazendo merda, enquadrando a galera com agressividade. Mas da mesma forma que eu falo que a violência vem estampada na farda, muitas vezes a polícia faz o papel dela”, afirmou o cantor e compositor. Em contato com o Riffera, Zé falou sobre a identidade da As Palavras Queimam e a sequência dos trabalhos.
— “Dando tiro” é um som que estava parado há muito tempo, tem quase uns dez anos e ficou na gaveta. Foram aparecendo outras músicas que fomos priorizando. Ela foi feita para ser numa pegada rap, quando a gente decidiu gravar e eu chamei o Mano (Heliton) para fazer parte da banda eu já estava com outra ideia, de fazer essa transição do rap para o hardcore, um pouco do metal. Eu vim do rap e depois que vim morar aqui conheci a galera do rock e me identifiquei com o hardcore nacional, a agressividade e o protesto. A gente pretende seguir até onde der, fazendo essa proposta de som, com denúncia e agressividade. Temos outro som mais hardcore, “Fúria HC”, que é tão paulada quanto “Dando tiro”, e temos outras músicas para trabalhar. A intenção é fazer mais um EP nessa pegada. O rap jamais vai ficar de lado, por mais que vamos explorar outros estilos.
Foto: João Schaefer