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Com mais repertório, hermetism boy divulga terceiro álbum

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O rapper Marcelo Goulart começou a rimar na Batalha do Garcia, em Blumenau, mas logo passou a se dedicar à produção musical. Em 2021, antes de lançar o seu primeiro single, o artista tinha de escolher um nome para assinar as suas obras e decidiu por young hermes inicialmente. A alcunha vem da mitologia grega — Hermes é conhecido como mensageiro dos deuses e tem como uma das principais habilidades a eloquência. O MC de 21 anos, que se apresenta atualmente como hermetism boy, mora em Florianópolis e está divulgando o seu terceiro álbum, “Kim Jong-un veste Anciest Anger”, publicado no dia 18 de agosto nas plataformas digitais. O registro, que foi todo produzido pelo próprio artista, traz a participação de Matheus Coringa na faixa “Kim” e tem como referência a série de discos e mixtapes “Hitler Wears Hermes”, do rapper norte-americano Westside Gunn.

Como o título sugere, o material tem motivação política, mas trata sobretudo de independência. “Todos os feats que estão no projeto são pessoas que estão indo contra, entre várias aspas, se vender para a indústria. Não é uma questão moral. Quem não quer fazer parte desse meio? Mas são pessoas que estão indo para outro lado, buscando ser independente mesmo”, comentou. Ao contrário de outros trabalhos da sua curta trajetória, como o álbum de estreia “Trismegisto”, de 2022, que mistura várias estéticas, trazendo elementos do funk e do rock, por exemplo, com um discurso direto, em “Kim Jong-un veste Anciest Anger” o rapper segue engajado, mas com uma lírica superior. A produção também é um destaque nesse trabalho, que soa mais coeso. Em contato com o Rifferama, hermetism boy revelou curiosidades sobre o disco e também abordou a sua evolução como MC e produtor.

— “Trismegisto” é um complicado de músicas, conceitos e estilos musicais. Queria fazer uma coisa bem misturada mesmo. “King Jong-un veste Anciest Anger” é um trabalho bem mais coeso do que “Sublime” (2024), meu disco que veio antes. Foi um projeto que produzi sozinho, mixei, fiz os beats, a parte dos samples também, direção criativa. Tive apoio da honeyyvm (companheira), que está em várias faixas, tem bastante dela no projeto. Quis fazer essa homenagem ao Westside Gunn, juntando com a Coreia Popular, a imagem do Kin Jong-un com uma marca independente do Rio de Janeiro. É a mesma ideia. Os feats entram nessa mesma linha também. Tentei fazer uma coisa menos panfletária e tinha repertório para isso também. Tanto “Sublime” quanto “Trismegisto” e esse são resultados de momentos da minha vida que saíram o que era necessário sair, da forma que aconteceu. Agora tenho mais repertório sobre o assunto e saiu menos escancarado, mais indireto mesmo.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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