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Nascido em Campos dos Goytacazes (RJ), por muito tempo o MC, baterista e compositor Luiz Gabriel de Freitas Maciel usou o nome artístico Gabriel Irie ou apenas IRIE. Na época, o músico nem imaginava que viria morar em Florianópolis, mudança que aconteceu em 2017. Criado no reggae, tendo tocado com o saudoso Felipe Silva (Monte Zion), Hélio Bentes (Ponto de Equilíbrio), José Rodrigues (Unidade Punho Forte-MA), entre outros, além da sua própria banda, Força Viva Riddim, que durou entre 2009 e 2015, o artista descobriu que existia um grupo homônimo quando foi subir as suas canções para as plataformas digitais, a partir de 2018 — antes o material era publicado no Youtube e principalmente no Soundcloud, plataforma em que espalhou o seu som pelo Brasil e fez muitos amigos. Com um novo alter ego, Dirtyirie já lançou 53 singles e sete EPs nesses seis anos na Ilha, isso sem contabilizar os feats, que aumentam substancialmente a lista.
“Tentei usar o nome Irie na época de colocar as músicas nas plataformas digitais e vi que já existia a banda. Eu não conhecia, nessa época nem imaginava que viria morar em Florianópolis. Dirtyirie traz algumas questões de uma construção de personalidade minha, não sou mais aquele Irie que cantava reggae, estava fazendo outros gêneros de entretenimento. Fui bem cabeça fechada por causa do reggae mesmo, entendi que podia passar as mensagens de outra forma, interagir com o mundo, ser mais sujo”, explicou. Por aqui, o artista fez uma parceria sólida com o produtor kvns, que é responsável por 70% das suas gravações. O seu último single, “Números”, uma parceria com Kokilla e Zieezy, foi produzida pelo próprio Dirtyirie ao lado de Cookbooy e traz um videoclipe dirigido por Bernardo e Cass. Em contato com o Rifferama, o MC falou sobre o seu propósito e também a mudança de estratégia nos lançamentos.
— Eu sou um MC, vou trazer a minha onda independente da batida, se é um reggae, um drill, um grime, um funk, me identifiquei assim, caminhar em cima de vários subgêneros, tenho liberdade para fazer isso. Não me limito mais como fiz. Por um tempo fui para a área do trap, universo que estava me dando mais retorno, acessando outro público. De uns três anos pra cá vim entendendo a minha identidade, pegar a minha cultura, que é um fundamento, o nome tem a ver com isso, e com a minha identidade atual, de fazer uma sonoridade em cima de qualquer beat. “Números” é um garage, que mistura a cultura da Jamaica com a música eletrônica, e estamos tendo um resultado orgânico. É uma música pra festa, pro baile, não só pra gente cantar, mas para um DJ tocar no rolê também, bate legal, é muito ritmado, pra frente. Estou focado em ser mais certeiro com a minha música e alcançar mais pessoas com uma música só, sem precisar lançar um álbum inteiro. Fizemos com calma para ter um material bom para divulgar.