Foto: Carol Grechi
Em resposta ao post Daza e a crise criativa do Dazaranha, publicado na segunda-feira (2), Chico Martins, guitarrista, compositor e vocalista do Dazaranha, utilizou a fanpage do Rifferama para rebater as críticas feitas sobre ao novo disco da banda. Leia abaixo o texto completo escrito pelo músico.
DAZARANHA NO AUGE DA CRIATIVIDADE
Em respeito ao meu sagrado trabalho, aos meus fãs, aos que me amam, aos que me odeiam e ao senhor jornalista, que é meu amigo e continuará sendo, deixo minha palavra. Acompanhei todos os processos deste CD. Fui em todos os dias de gravação, acompanhei a mix e master em dezenas de e-mails, como faço com todos os projetos com os quais me envolvo.
Nossa ideia, em princípio, era gravar um CD com 10 músicas. Mesmo antes de escolhermos o repertório, esse era o número. Escolhemos o estúdio que consideramos o mais bem equipado para fazermos o melhor para o nosso público. Um produtor renomado, com mais de 80 títulos produzidos, muita experiência e nativo da ilha, Carlos Trilha.
Foram inscritas quase 50 canções para a seleção do repertório do CD. “Temos músicas para 5 discos”. Gravamos tudo em voz e violão e fomos ouvindo em casa, individualmente. Depois, em votação, foram eleitas as mais votadas. Quatro músicas empataram no décimo lugar e decidimos gravar 13. Assim fizemos.
A ideia de regravar músicas dos CDs individuais partiu da galera que não tinha CD solo gravado. Como uma forma de reconhecimento pela obra individual e entendendo que essas canções, mesmo já tendo sido gravadas, poderiam tranquilamente fazer parte do novo álbum. Uma atitude de grandeza por parte da empresa. Afinal, somos uma fábrica de arte e tudo que se produz individualmente, acaba engrandecendo, também, o Daza.
Depois de finalizado o CD, percebemos que duas músicas não se encaixavam no contexto do CD e resolvemos não colocá-las. Temos duas músicas gravadas e que eu acho lindas, que não colocamos, por opção. A quantidade de músicas de um CD não é parâmetro para se medir a criatividade. Existem centenas, centenas amigos, de CDs com 10 ou menos músicas e muita criatividade.
Exemplifico: Começo por um brasileiro, lançado recentemente. O último CD de Chico Buarque tem 10 músicas.
Pink Floyd – The Division Bell – 11 músicas
Pink Floyd – The Dark Side of the Moon – 10 músicas
Led Zeppelin – Led Zeppelin – 09 músicas
Led Zeppelin II – 09 músicas
Led Zeppelin III – 10 músicas
Led Zeppelin IV – 08 músicas – esse CD tem Black Dog, Rock and Roll, Stairway to Heaven e Going to California, só essas 4 já bastavam.
Queen – A Kind of Magic – 09 músicas
Queen – The Works – 09 músicas
Chico Buarque – Almanaque – 09 músicas
E mais centenas de álbuns clássicos brasileiros e internacionais, que venderam milhões de cópias com 10 ou menos músicas.
Quanto às minhas composições, carinhosamente chamadas de “baladinhas”, elas são meus filhos e tenho muito orgulho do que elas já conquistaram.Coloco os números à disposição:
Pra Ficar tem mais de 334 mil visualizações em um único post, no Youtube. Se contar todos os posts, passa de 500 mil. É o segundo vídeo mais visualizado do Dazaranha, perdendo para Vagabundo Confesso e seguido por Com Ou Sem Você.
Lenine gravou uma música de minha autoria; isso não há número que pague.
Saulo Fernades (Banda Eva) e Diana Dias gravaram uma música minha.
Iriê gravou uma minha.
Luciano Bilu, também.
Acabei de lançar um CD infantil e gravar um DVD do show de lançamento do mesmo.
Entro, agora, em pré-produção de meu segundo álbum solo, que já tem repertório definido e serão 10 músicas. Na sequência gravarei um instrumental.
Recentemente, um garoto que tem dois posts no Youtube, um com 300 views e outro com 126, postou Fé Menina, do novo CD, em um mp3 de baixa qualidade. Está com 23.876 views em um mês e vinte dias.
Tudo isso representa muito para empresa em termos artísticos; é o reconhecimento do público. E em termos empresariais, também; são os números da empresa. Esses números não foram criados por mim, eles existem por si só. A única coisa em mim que os influencia é o talento; a falta dele implicaria na baixa desses números.
Espero não ter ofendido ninguém, o que de fato, não é minha intenção. Só quero é ficar em paz, seguir em frente, de cabeça erguida, naquilo que é minha paixão e profissão e para qual sempre me dediquei com muito empenho e respeito.
Me coloco à disposição para qualquer esclarecimento sobre o post a e obra referidos.
Muito obrigado,
Chico Martins
Na crítica inicial ao "Daza" foi dito que das 11 músicas, 5 já eram conhecidas do público por estarem em CD solo dos músicos, exceto "Desarmados". Certo, entretanto, essas foram regravadas com a magia do Dazaranha. Por que isto não foi considerado? Eu fiquei "mega feliz" quando escutei essas músicas com a banda toda.
O autor da crítica também escreveu isso: "Sem o nome do grupo por trás, não foram tão longe como o esperado"...Eu discordo quando se vê o Moriel Costa vencendo o prêmio catarinense de melhor álbum (Pode ser de manhã). O CD solo do Chico é lindíssimo e ficou em segundo lugar na mesma premiação...Gazu está finalizando um DVD solo gravado em Brusque...O trabalho solo deles é também muito recente...que tenhamos mais paciência...
No mais adorei o novo CD deles, mas críticas sempre são bem vindas e que o grupo se fortalece cada vez mais!!! Viva Dazaranha!
arrombax!
O DAZARANHA é e sempre será a melhor e maior banda de Santa Catarina e eu digo mais o CD Nossa Barulheira em um futuro breve estará como uns dos 20 cd's mais importantes da música brasileira. Porém...
Primeira coisa: Esse lance de dar resposta a crítica é algo TOTALMENTE desnecessário vide o caso da assessoria e agora do grande Chico.
Segundo: No texto deu a impressão de um integrante do Daza tirando o seu próprio da reta.
Terceiro: Nenhum artista brasileiro conseguiu em sua carreira manter o alto nível sempre, porque o artista muda, a concepção de compor muda os gostos e referências mudam.
Chico e Daza vocês possuem uma obra e um passado que ninguém irá mexer e que por sinal é UM MARCO CULTURAL BRASILEIRO, mas meus amigos do DAZA acho que está na hora de arrumar a casa por dentro para dar um belo resultado por fora, tem uma fila de músicos que ralariam muito para ter feito a história que vocês fizeram, deêm valor a família que vocês possuem e clima entre a banda porque capacidade e qualidade vocês tem de sobra.... e sobre a crítica? É muito bom que alguém sacuda o tapete de vez enquando, tirem lições dela e não ressentimentos.
A unanimidade é burra.
Bom. A única coisa que eu queria comentar no post é justamente sobre a resposta do Chico Martins, compositor do Dazaranha.
Deu pra notar de longe que o músico ficou visivelmente abalado pela resenha e decidiu mostrar o “porque sou bom na música” através de números e visualizações de YouTube. Isso foi extremamente desnecessário e desrespeitoso com o crítico.
Li a resenha mais de uma vez, e achei que o Daniel “rasgou seda” até demais pra banda.
E digo mais! Normalmente eu meto o pau nos críticos, mas dessa vez vou defender o autor do texto porque ele estudou o álbum, conhece a carreira da banda profundamente, e deu uma opinião justificada e fundamentada! Esse é o trabalho que TODO E QUALQUER CRÍTICO deveria fazer.
Ao invés de “replicar”, o músico deveria ficar GRATO pela opinião de um profissional desse gabarito, conhecedor de milhares de discos, e que é FÃ da banda. Ou então, compor músicas melhores. Porque o músico responde com a música, e não com o seu ego.
E sobre essa declaração sobre o “quão talentoso” o músico afirma ser:
“Esses números não foram criados por mim, eles existem por si só. A única coisa em mim que os influencia é o talento; a falta dele implicaria na baixa desses números”.
Vou responder essa afirmação à altura (para falar sobre talento e os números):
https://www.youtube.com/watch?v=gyXkaO0DxB8