Foto: Felipe Martínez
O estúdio OPA! Music e o coletivo FOLIA! uniram forças para mostrar as novidades do cenário autoral de Florianópolis. A festa, batizada de LANCE, acontece neste sábado na Célula Showcase e traz atrações para todos os gostos: a dupla Meliza e Piero, com participação de Bruno Mafra, as bandas Templa e Os Argonautas, de Juliano Malinverni, e o artista solo Ricardo Ravel.
Em comum entre os discos “Sobre o Voo dos Elefantes”, de Bruno Manfra, e “Meliza e Piero”, além da sonoridade refinada, tendo como base a música brasileira, os álbuns reúnem alguns dos melhores instrumentistas da região, como o trompetista Jean Carlos e o trombonista Carlos Schmidt, da Brass Groove Brasil, presentes nos dois trabalhos. A própria Meliza divide o microfone com Manfra em três composições.
Ju Malinverni é um dos nomes mais atuantes da cena. Líder do Indisciplina, o músico, que teve um breve projeto em parceria com Wagner Éffe (Brumário), agora volta as suas atenções para o grupo Os Argonautas, com o qual lançou nesta semana a primeira gravação de estúdio, “Canta & Não Chora”. A Templa, trio de pop/rock comandado pelo produtor Felipe Melo (guitarra e voz), também estreia um single, “Entendo”, que ganhou videoclipe dirigido por Lucas Romero.
Apesar da pouca idade (25 anos), Ricardo Ravel (foto) impressiona pela maturidade das suas canções. “Marcha Misantropicalista” deveria ter concorrido no Prêmio da Música Catarinense. Prestes a lançar o seu primeiro disco, “Santo Coração”, gravado no Magic Place pelo mestre Renato Pimentel, Ravel é acompanhado por uma turma da pesada, incluindo Márcio Bicaco nas percussões, Luiz Gustavo Zago no piano, e os parceiros Júlio Miotto, da Cobalt Blue, nas guitarras, baixo e backing vocals, e Felipe Martínez na bateria.
– A ideia era colocar um quê de tudo o que sentia que estava acontecendo hoje em dia. Música é uma coisa só. Estilo é só o modo como o artista resolve sobrepor os elementos que ele tem controle e fazer o som nascer. Ouvi muito Baden Powell, Egberto Gismonti e Villa-Lobos, e nesse disco todas essas referências estão bem nítidas, e com uma pegada de violão clássico que estudei um tempo. As letras têm muita coisa que bebi de caras como Vinicius de Moraes e Chico Buarque, além da raça da poesia como o Ginsberg e Augusto dos Anjos.