Chico Martins tem mais de 20 anos de carreira. Foto: Paulo Nascimento

Chico Martins sobe um degrau com “Deslancha”

Foto: Paulo Nascimento

O primeiro disco de Chico Martins, “Pra Ficar”, lançado em 2011, mostrou outro lado do guitarrista do Dazaranha. Com a participação de mais de 20 artistas, foi um trabalho bastante eclético, com músicas que dificilmente se encaixariam na proposta da sua banda. Quatro anos depois, o compositor divulga o seu segundo álbum, “Deslancha”, que, como o próprio contou ao Rifferama, “é mais Chico”.

Gravado no estúdio Pimenta do Reino, as 11 canções serão apresentadas para os fãs nesta sexta-feira (18), na Célula Showcase, a partir das 23h, com ingressos a R$ 20. Chico Martins terá convidados especiais no palco, como Adauto Charnesky, baixista do Daza, Gustavo Barreto, da Sociedade Soul, o baterista Rafael Bastos, que gravou a faixa-título, entre outros. A banda é formada pelas feras Dinho Stormowski (guitarra), Fabinho Ferreira (baixo), Ginho Bernardes (bateria), Alexandre Green (teclados) e Henrique Soares (percussão).

Ao contrário do trabalho de estreia, que teve de tudo um pouco, incluindo um samba com a cantora Camélia Martins, irmã do guitarrista, e música em inglês, “Deslancha” tem mais unidade, fruto da pegada roqueira. Segundo o guitarrista, o disco é uma mistura de rock, reggae e baladas. O romantismo, característica marcante do compositor, é destacado em “Eu te amo mais”, única faixa do repertório disponibilizada até o momento.

– É uma proposta diferente do primeiro. Tentei colocar as minhas melhores poesias. É um disco que chega com uma pegada de rock forte, suingada, mas ao mesmo tempo está bem romântico. A ideia era tentar soar um pouco mais power trio e fazer um disco mais eu mesmo. Talvez eu tenha me aproximado um pouco mais disso. “Deslancha” traz aquilo que é mais Chico. Aproveitei as coisas que apareceram mais forte, naturalmente, do jeito que componho. As músicas são a minha cara.

Para evitar conclusões precipitadas a respeito do nome, “Deslancha”, apesar de ser mais um passo rumo à afirmação como artista solo, não fala de alçar voos mais altos. Mesmo caso de “Pra Ficar”, que também foi gravada pelo Dazaranha. Ainda descobrindo a própria identidade como músico e compositor, Chico Martins está satisfeito com o resultado do disco, que “faz diferença na minha carreira” e coroa uma trajetória que começou nos anos 1990.

– “Pra Ficar” teve uma coisa dúbia, tendenciosa, no sentido do nome, pra ficar na história. A música não tem nada a ver. E “Deslancha” é a mesma coisa. A poesia fala de alguns medos que temos e acabam nos atrapalhando. Falo de colocar a cara para bater e trabalhar, não se acomodar. Esse disco é mais um passo. A intenção é realmente me firmar como compositor, uma busca mais demorada, descobrindo a minha voz. Consolidar é sempre uma busca e “Deslancha” é mais um degrau.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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