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Lúbrica faz música com gênero próprio no EP “Descompasso”

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Em 2013, o cantor e compositor Gabriel Felipe Jacomel deixou Florianópolis rumo a São Paulo por “motivação amorosa”, diz ele, mas o artista e poeta também estava frustrado com o rumo que os seus projetos vinham tomando na época: o Balanço Bruxólico acabou com um EP e videoclipe na gaveta e o projeto Café da Manhã, que contava com Gui Natel (Caraudácia) na formação, tinha um EP lançado naquele ano, mas também não seguiu. E a história que leva a “Descompasso”, primeiro registro da Lúbrica, que saiu em novembro nas plataformas digitais, é atravessada por esses encontros e desencontros na cidade grande. Jacomel e Rafaela Antonelli (bateria) tocam juntos desde o começo, mas a Lúbrica só virou banda mesmo em 2019, quando Nath Pollaris assumiu o baixo — o guitarrista Diego Lucon entrou para a turma em 2014. A sonoridade foi batizada pelo grupo como shoegaze indie alternativo com sensibilidade pop, mas pode chamar de rock alternativo.

Com uma introdução instrumental, mais quatro faixas, o EP começou a ser gravado na residência artística onde moravam os irmãos Alison e Lucas Ronsani (Lúdi Lucas), do Selo Ambulante, espaço que virou casa do próprio vocalista durante a pandemia. Com o retorno da dupla para Santa Catarina, Jacomel recorreu a outro amigo para a produção do material. A escolha por Henrique Meyer, ex-companheiro de Balanço Bruxólico, foi de encontro à estética inicial buscada pela banda, mas o resultado alcançado levou o som da Lúbrica para outro patamar: Meyer, que é guitarrista da Supercolisor, também foi responsável pela mixagem e masterização de “Descompasso”. Apesar de ter cunhado um próprio termo para descrever o seu som, o quarteto não se prende a um gênero específico. As próximas canções que o grupo está trabalhando, inclusive, caminham para um lado mais blues. Em contato com o Rifferama, Gabriel Felipe Jacomel falou sobre as idas e vindas que geraram o EP e o próximo ato.

— O Lucas tinha uma abordagem um pouco mais crua, o Henrique é mais dos detalhes refinados, eu queria uma coisa mais na tosqueira mesmo. Foi uma escolha natural chamar o Lucas, a gente morava tudo junto e ele fez toda a pré-produção, tinha captado a bateria na Casa Amarela (sede do Selo Ambulante), mas decidiu voltar para casa. A segunda escolha foi obviamente o Henrique. Eu tinha a certeza de que ele daria conta e daria outra cara para o projeto, mas estava receoso, seria a minha segunda indicação de produtor. Acabou que todos (da banda) ficaram apaixonados por ele. “Descompasso” seria completamente diferente se tivesse a produção do Lucas. As coisas aconteceram de uma forma muito mágica, atualmente não consigo ver ele não sendo produzido pelo Henrique. Foi bom a gente não ter ido pelo caminho da coisa mais crua, deu um salto mesmo. A gente vinha com coisas mais experimentais e ele, trazia as contribuições dele, sem forçar nada, e a gente acabava concordando. Estamos com composições novas que estão indo para uma onda mais bluesy, a gente vai fazer o que estiver na telha e se transformar sempre, mas tem esses elementos (de shoegaze indie alternativo com sensibilidade pop). 

Foto: Lívia Mendes

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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