lucasbittenca-rifferama

Lucas Bittenca faz música brasileira refinada, mas acessível

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini KalzoneCamerata Florianópolis, Biguanet InformáticaLord Whisky Distillery e TUM Festival


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

O cantor e compositor Lucas Bittenca lançou o seu primeiro trabalho autoral em 2022 com o EP da Vento Barco Continente, banda que tem com o baterista Fernando “Fefo” Simas. As músicas desse registro se conectam com o período em que o artista começou a escrever e estudar violão (com cordas de nylon, é bom destacar), dos 17 para os 18 anos, influenciado pelo que ouvia na adolescência, principalmente Charlie Brown Jr. e Bob Marley. Na sua estreia solo, com o EP homônimo, que saiu no dia 23 de agosto nas plataformas digitais, o repertório é outro. Com uma sonoridade brasileira e referências como Chico Buarque, Gilberto Gil e Roberto Carlos, Bittenca gravou quatro faixas, incluindo uma bônus produzida pelo próprio autor, se aventurando pelo mundo da canção. O material tem produção e direção musical dividida com Rafael Calegari, que tocou os violões, baixo, cavaco, fez beatbox e criou os arranjos, além de Neto Fernandes na bateria, mixagem e masterização, Marco Pereira na guitarra e participação de Gloire Ilonde nos vocais em “Deixa passar”.

“Lucas Bittenca” apresenta um amadurecimento do artista enquanto compositor. Musicalmente, o EP traz um refinamento estético em comparação ao trabalho da Vento Barco Continente, que está trabalhando na sequência do primeiro volume. Mas isso não quer dizer que um material seja mais complexo do que o outro ou que Bittenca goste mais desse ou daquele. “Esse tem mais tempero, mais dissonâncias, é um trabalho pouco mais requintado, talvez seja essa a palavram com essas músicas que eu percebi que não cabiam na banda”, explicou. A parceria com Calegari se deu por duas vontades, a primeira de ter a perspectiva de tocar com um baixista, e também poder contar com um diretor musical na sua estreia solo. Em contato com o Rifferama, Lucas Bittenca falou que o processo foi de bastante aprendizado e comentou sobre a vontade (mais uma) de fazer a sua música ser pop — de popular mesmo.

— Além de ser um contrabaixista, que eu queria do meu lado, queria alguém que pudesse me ajudar na direção musical. O Calegari estava bem conectado com a ideia de fazer música popular, pop mesmo, que possa chegar no maior número de pessoas. Esse é o meu intuito, por mais que esse trabalho tenha músicos incríveis, o meu desejo é que essa musicalidade seja a mais acessível a todos. Claro que respeitando o que as músicas pedem. Ele entendeu muito o que eu queria de início e fomos criando juntos até chegar no resultado final que foi esse EP. “Lucas Bittenca” é eu assumindo que quero aprender a fazer canção. Aprendi muito através dessa troca. Não que as músicas da Vento Barco não sejam canções, mas elas não foram pensadas para serem canções, essa coisa de forma, estrutura, melodia harmonia, que seja algo não tão instintivamente pensado e criado, mas algo organizado para isso. Eram as minhas primeiras coisas com essa intuição que o Calegari pegou e arranjou, contribuiu bastante.


Ficha técnica

Lucas Bittenca: Voz, composições, produção e direção musical
Rafael Calegari: Violões, cavaco, beatbox, baixo, arranjos, produção e direção musical
Neto Fernandes: Bateria, mixagem e masterização
Marco Pereira: Guitarra
Gloire Ilonde: Voz em “Deixa passar”

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *