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Mais experimental e íntimo: Zé Tedesco produz álbum de demos

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O cantor, compositor e instrumentista Zé Tedesco deixou sua cidade natal, Marília (SP), durante uma crise pessoal e profissional em 2021, para viver em Florianópolis, onde começou a trabalhar no seu segundo álbum, “Demos do canto escuro dos quartos”. O título do disco tem um duplo sentido, já que foi gravado no seu (e em outros) quartos, de forma caseira, como uma demo, mas também trata dos seus próprios demônios. Essa dualidade está representada no single “Hoje eu acordei meio”, lançado em 21 de janeiro. A faixa versa sobre o peso que a pressa do cotidiano pode causar na mente, gerando ansiedade e apresentando uma sensação de incompletude à rotina, representada também pelo título da canção — meio o quê, afinal?

Com 13 músicas, “Demos do canto escuro dos quartos” foi produzido inteiramente por Zé Tedesco, com exceção das participações, captadas de forma remota. Com um computador, um microfone, uma interface de áudio e um software de gravação, o artista foi adicionando uma camada por vez (de vozes e instrumentos). O processo de criação, além de conferir uma atmosfera intimista ao álbum, que será divulgado single a single, também levou a sonoridade do cantor e compositor para o rótulo experimental. Até o momento, Zé Tedesco já liberou sete canções do repertório: o próximo lançamento se chama “Afinação” e sai no dia 22 de abril. Em contato com o Rifferama, o músico informou que o encerramento dessa estratégia é compilar todas essas canções em um álbum.

— O “Demos do canto escuro dos quartos” vai sair esse ano. Ele significa tanto que as músicas são demos que estou gravando sozinho e demos pessoais meus. São músicas muito íntimas. O processo de fazer esse álbum dentro do quarto foi um expurgo, estava colocando para fora coisas muito apaixonadas, pesadas. Fui mais corajoso, intenso e visceral na escolha das músicas, de como apresentar e interpretar essas canções e nas letras que eu coloquei. Esse disco foi mais experimental, fui aprendendo a gravar em camadas, brincando, se não der certo, eu só deleto, faço de novo, às vezes começo uma ideia do zero. Essas possibilidades fizeram ele ser mais experimental. Sempre gostei de colocar coisas que vejo poucas pessoas aplicando, mas nesse foi em outro nível.

Foto: Raphael Ribeiro

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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