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Mulher, Mãe e MC: Mana Moa conta a sua história em EP visual

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O rap já deu muita coisa para Mana Moa. Paulistana radicada em Florianópolis desde 2015, a artista lançou o EP visual “M3: Mãe, Mulher & MC” no último domingo nas plataformas digitais e no Bugio Centro, com show, exibição da minissérie, feira de mães pretas e indígenas artesãs, batalha de rimas com MCs convidadas e apresentações e intervenções artísticas. Ao contar a sua história e compartilhar a sua vivência no hip hop, a rapper tem o objetivo de empoderar meninas e mulheres que passaram por situações semelhantes e discutir questões de gênero, classe social e raça. Com produção (áudio) de Ojizzy, O Mago dos Brilhantes, e direção (vídeo) de Verônica Mackoviak, o audiovisual foi contemplado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2022, e terá como contrapartida social uma roda de conversa sobre o trabalho em duas unidades de ensino na Ilha: o Marista Escola Social Lúcia Mayvorne, no Maciço do Morro da Cruz, e o Centro de Educação e Evangelização Popular, no Monte Cristo.

“M3: Mulher, Mãe & MC” traz cinco canções, todas compostas e interpretadas pela rapper. A minissérie conta a história da própria artista e os episódios são conectados por meio do cabelo da personagem, uma menina preta e periférica. Além do discurso de empoderamento, o EP traz uma declaração de amor de Mana Moa para as suas filhas, Luna (dez anos) e Stella (oito), na faixa “Stelluna”. As animações foram produzidas por uma equipe de 11 pessoas. “Precisamos quebrar o estereótipo de que o preto é ruim, mau, negativo. As representações, tanto na mídia quanto nas bonecas e nos desenhos, ainda são muito hegemônicas. A gente precisa trazer representatividade, especialmente em Santa Catarina”, afirmou a MC. Em contato com o Rifferama, a cantora e compositora contou que espera atingir outro público para além do hip hop, principalmente as crianças.

— Eu gostaria de apresentar um trabalho que pudesse ser assistido pelas minhas filhas. São músicas inéditas que foram escritas em 2020 para esse projeto e adaptadas na gravação neste ano. Essa obra representa uma homenagem a minha história como mulher, mãe e MC por conta de várias dificuldades que passei nessa jornada e tenta transmitir uma mensagem de superação e esperança para as meninas, mulheres e mães solo que vivem em situação de vulnerabilidade e enfrentam também dilemas sobre o racismo e machismo que ainda persiste na sociedade. Deixo também registrada em uma faixa uma declaração de amor as minhas filhas. Estou muito feliz com essa realização, porque de certa forma ter ganhado o Prêmio Elisabete Anderle foi um sinal de reconhecimento da seriedade que esse trabalho traz, e poder falar com uma linguagem lúdica para que o público infantil também possa ter acesso a esse tema, assim como o público geral, não só do rap. 


Ficha técnica

Produção: Mana Moa MC
Direção e fotografia: Verônica Mackoviak
Arte: Kio Zaz, Wellington Murilo, Mica Ferraz, Matheus May, Aaron Lopes, Ana Beatriz Borges, Ana Cristina Piza, Pablo Laguna, Giovanni Furlani, Pedro Leo e Mariane da Silva

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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