niorq-rifferama

Niorq espalha a palavra do grime em novo single com Pizzol

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini KalzoneCamerata FlorianópolisBiguanet InformáticaTUM Festival e Nefasta Cervejaria


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

O MC Victor Filipe Negrão Costa, o Niorq, começou a fazer rap em Santarém (PA). Como a cultura hip hop era praticamente nula na sua região, criou a primeira batalha da cidade. A conclusão de que viver desse estilo de música seria mais difícil no Norte do país fez o artista fixar residência em Santa Catarina, onde apresentou os seus primeiros trabalhos em 2018. O cantor e compositor passou pelo boom bap, gênero clássico do rap, surfou a onda do trap e, recentemente, vem espalhando a palavra do brime, que nada mais é do que a versão brasileira do grime, subgênero originário de Londres (Inglaterra) que traz um clima pesado, com batidas rápidas (cerca de 140 bpm), uma pegada dançante e que ainda é novo no Brasil. Essa estética vem sendo apresentada por Niorq nos seus lançamentos mais recentes, como o EP “SportKilla”, que saiu em dezembro, e o single “Lágrimas de ouro”, que tem produção de Lucas Pizzol (Djonga, Tasha & Tracie, Febem, entre outros)e foi divulgado em maio.

O primeiro contato de Niorq com o grime aconteceu em 2019, em um show do rapper Fleezus em Itajaí, sua primeira morada no estado — hoje o MC paraense vive em São José. “Mudou a minha cabeça. Todo mundo ficou em choque. As rimas têm que ser mais afiadas, as batidas são mais interessantes, foi ali que entendi o que eu queria fazer. A minha carreira mudou a partir do momento em que comecei a estudar o grime”, contou. E a estética dessa vertente não se restringe apenas à sonoridade, mas também ao vestuário. Assim como em Londres, os artistas do grime vestem camisa de times de futebol e usam roupas esportivas. Sobre o brime, Niorq explica que nada mais é do que trazer para a realidade brasileira, incorporando elementos da nossa música, como a batida de funk presente em “Lágrimas de ouro”, uma canção que foi escrita há dois anos e só agora ganhou o mundo. Em contato com o Rifferama, o rapper falou sobre o seu atual momento.

— O EP “Litoral” (2022) já é totalmente nessa pegada. O brime é o grime brasileiro. O meu estilo de rima é mais adulto, já tenho 30 anos, não posso ficar falando besteira, tenho essa consciência. No “SportKilla” juntei alguns dos produtores que eu mais gosto para fazer o EP. A gente está em todos os lugares trajando sportswear, mas sendo o killa no palco, amassando, quebrando tudo. É uma identificação a mais com a quebrada, com o meu público e as pessoas que são iguais a mim. “Lágrimas” de ouro já tem dois anos, eu nem moro mais no 047, como fala no refrão, mas foi um marco na minha caminhada, o primeiro som que fiz com o Pizzol. Sempre tive ele como uma referência de produção e hoje estar trabalhando com esses caras não tem preço. Estou no front aqui em Santa Catarina. Não é arrogância ou prepotência, é ambição artística. Meu maior sonho é sair da CLT com a música, acredito que falta pouco. 


Foto: Leonardo Couso

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *