O ritual de cordas virtuoso e brasileiro de Ricardo Pauletti

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O violonista, compositor e arranjador Ricardo Pauletti lançou no último domingo (31 de janeiro) o seu quarto álbum solo, “Ritual das cordas”. Em 11 faixas, incluindo uma suíte dividida em três partes, com as participações de Luiz Amato (violinos), Emerson De Biaggi (viola de arco) e Adriana Holtz (violoncelo) nos atos I e III, Pauletti retoma a exuberância técnica dos seus primeiros trabalhos instrumentais. O disco foi produzido no estúdio Café Maestro com recursos da Lei de Incentivo à Cultura de Itajaí.

Coordenador pedagógico do Conservatório de Música Popular de Itajaí Carlinhos Niehues desde 2009, Pauletti atua também como professor de violão, arranjo, prática de choro e prática de conjunto. O currículo acadêmico traz oficinas, workshops e cursos ministrados em instituições e festivais no Brasil, América Latina e Europa. E o estudo foi determinante para a concepção de “Ritual das cordas”, que reúne temas complexos. Mesmo sendo um virtuoso no instrumento, o artista revelou ao Rifferama que teve de se preparar antes de entrar em estúdio para gravar com o produtor Marcelo Cássio.

— Como se trata de um álbum de violão solo e as músicas apresentam uma complexidade técnica alta, a preparação para a gravação foi bastante intensa e exigiu muito estudo, principalmente na busca para conciliar dois fatores que em tese são antagônicos, a limpeza e o suingue. Achar um ponto de equilíbrio entre essas duas características foi o maior desafio na execução, pois são peças de concerto que nos remetem ao universo da música erudita, onde a limpeza é fundamental, porém, o excesso dela pode deixar a interpretação sem suingue, que é uma característica essencial do violão brasileiro, que é o fio condutor do trabalho.

Ricardo Pauletti lançou outros três álbuns, além de um DVD ao vivo registrado em trio, em 2015, com Rafael Petry (acordeon) e Mario Junior (bateria). Seu primeiro disco saiu em 2011, “Variações brasileiras”, seguido pelo excelente “Choro de Faia” (2014). “Palavra da canção”, de 2018, apresenta o violonista acompanhado de grandes cantoras, apostando mais na poesia em detrimento da fruição instrumental, que agora retorna com toda força em “Ritual das cordas”.

Foto: Bruno Golembiewski